Mais de 1.400 MW de apagões e oito termelétricas desconectadas na véspera da chegada de Rafael

Cuba enfrenta apagões de 1.440 MW e oito térmicas fora de operação enquanto se aproxima a tempestade Rafael, aumentando as preocupações sobre a frágil rede elétrica em meio a uma crise energética.

Destrozos ocasionado en Pinar del Río por huracán Ian (imagen de referencia) © X / @TelePinar
Destroços ocasionados em Pinar del Río pelo furacão Ian (imagem de referência)Foto © X / @TelePinar

A tempestade tropical Rafael se intensificará nas próximas horas e provavelmente chegará a Cuba como um furacão, uma situação que gera ainda mais preocupação entre os cubanos em relação à fragilidade do sistema elétrico nacional (SEN).

O serviço precário e insuficiente restabelecido após o recente colapso total do SEN enfrenta novamente a ameaça de fatores climatológicos, como os ventos de furacão e as chuvas, que podem voltar a colocar em risco a infraestrutura elétrica do país.

Enquanto Rafael avança em direção ao oeste de Cuba e continua se fortalecendo, cresce o temor na população de uma repetição do que ocorreu com o furacão Oscar, que chegou ao território nacional durante um grande apagão que durou mais de três dias e deixou a imensa maioria da população sem eletricidade, sem televisão e sem internet, comunicando-se apenas por rádio.

Captura de tela do Facebook / UNE

Para esta terça-feira, a União Elétrica de Cuba (UNE) prevê “uma disponibilidade de 1.730 MW e uma demanda máxima de 3.100 MW, resultando em um déficit de 1.370 MW. Se as condições previstas se mantiverem, estima-se uma afetação de 1.440 MW nesse horário, com maior incidência na região centro-oriental”.

Cuba aguarda a chegada de Rafael com uma disponibilidade de energia elétrica que mal cobre a metade da demanda do país, sendo a situação ainda mais crítica na região oriental.

Com os olhos voltados para o fenômeno meteorológico, a preocupação se estende ao que pode acontecer com a principal usina termelétrica do país, a matancera Antonio Guiteras, da qual depende o precário SEN.

Nesse contexto, estão “fora de operação” quatro unidades de geração termoelétrica (a unidade 5 da CTE Mariel, a unidade 5 da CTE Nuevitas, a unidade 2 da CTE Felton e a unidade 3 da CTE Rente).

Além disso, outras quatro unidades estão "em manutenção" (a unidade 2 da CTE Santa Cruz, a unidade 3 da CTE Cienfuegos, a unidade 1 da CTE Felton e a unidade 5 da CTE Renté).

Na véspera, “a máxima afetacão por déficit de capacidade de geração foi de 1.449 MW às 18h30, coincidindo com a hora de pico, superior ao planejado devido a uma demanda acima da prevista”, segundo o comunicado nas redes sociais da UNE.

“Estão fora de serviço por falta de combustível 76 centrais de geração distribuída com 376 MW, nove motores na patana de Melones com 150 MW e a patana de Santiago de Cuba com 64 MW, totalizando 590 MW”, indicou a empresa estatal dirigida por Alfredo López Valdés.

A falta de combustível para esses geradores persiste no relatório da UNE, apesar do que afirmou o ministro de Energia e Minas, Vicente de la O Levy, de que os caminhões-tanque estão abastecidos.

Entrevistado no final de outubro por meios oficialistas, o titular do MINEM explicou que existe "uma situação logística complicada que estamos resolvendo" e assegurou que o país contava com combustível, mas que a chegada dos hidrocarbonetos havia se complicado por "o estado do mar", que "impossibilitou o atraque das embarcações que os transportam".

O que você acha?

COMENTAR

Arquivado em:


Tem algo a relatar? Escreva para a CiberCuba:

editores@cibercuba.com +1 786 3965 689