Dirigente de Santiago de Cuba chega com pipa de água à comunidade e vizinhos exigem soluções.

Vizinhos denunciaram que Beatriz Johnson Urrutia, principal dirigente de Santiago de Cuba, chegou com um caminhão-pipa de água para "conversar" com uma comunidade que estava há dias sem serviço.


Beatriz Johnson Urrutia, primeira secretária do PCC em Santiago de Cuba, chegou neste sábado com um balde de água a uma comunidade local como pretexto para dialogar com os moradores que estavam há dias sem abastecimento, mas foi recebida com mais reclamações do que "agradecimentos".

O jornalista Yosmany Mayeta repercutiu a denúncia recebida em sua página no Facebook e relatou que o incidente ocorreu nos Edifícios Equatorianos, localizados no Reparto Abel Santamaría, conhecido popularmente como “El Sala'o”.

“A mandatária comunista chegou com um cano de água, diante do déficit que a comunidade enfrenta, mas foi com essa abordagem, para conversar com as pessoas sobre como tudo melhorará no futuro, embora os moradores tenham lhe dito suas verdades”, destacou o comunicador.

Além disso, apontou que um caminhão de água não resolverá os problemas que esta comunidade tem enfrentado há muito tempo.

No entanto, o comunicador também publicou outro vídeo evidenciando que a crise no abastecimento de água afeta várias comunidades.

“Este vídeo foi gravado em uma pequena fila, onde os moradores do bairro Novo Van Van, na localidade de Altamira, com porros e baldes na mão, tentam recolher um suspiro que sai da casa de um vizinho”, apontou o jornalista, enfatizando que essa comunidade está há mais de um mês sem serviço.

Além disso, mencionou que a maioria das residências nessa localidade está situada em prédios de até cinco andares, e destacou que seus moradores não conseguem receber um abastecimento adequado devido à baixa pressão com que a água chega.

No entanto, os dirigentes do regime continuam a divulgar nas redes sociais as "soluções" que oferecem aos moradores, embora estas estejam muito longe de resolver a grave crise de abastecimento de água em Santiago de Cuba.

Yaneydis Hechavarría, presidenta da Assembleia Municipal do Poder Popular em Santiago de Cuba, apresentou no Facebook o envio de caminhões-pipa como um feito do governo, mostrando uma medida improvisada e limitada que evidencia a falta de soluções efetivas para a crise de abastecimento de água enfrentada pelas comunidades.

Captura do Facebook / Yaneydis Hechavarría

“Este domingo continua a atenção às comunidades afetadas com o abastecimento de água”, declarou a dirigente.

Recentemente, o Sistema Quintero, responsável pelo abastecimento de mais de 80% da cidade de Santiago de Cuba, enfrentou um grave déficit na entrada de água.

A Empresa de Acueduto e Alcantarillado Aguas Santiago informou neste domingo no Facebook que o problema se deve a duas importantes fugas localizadas em uma das principais adutoras externas de 1.000 mm, que transporta a água dos reservatórios até a Estação de Tratamento.

Dias atrás, o governo reconheceu que a crise no abastecimento de água continua a afetar gravemente a população de Santiago de Cuba, apesar dos investimentos anunciados pelas autoridades locais para melhorar o serviço.

Os principais dirigentes do território estiveram presentes no programa televisivo “Santiago Hoy”, da Tele Turquino, onde se gabararam de afirmar que a província é a segunda a nível nacional em investimentos no setor, conforme reportou o jornal oficialista Sierra Maestra.

No entanto, os santiaguenses enfrentam longos ciclos de distribuição, falhas no sistema e uma falta de infraestrutura adequada que agravou a situação nos últimos meses.

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