Universidades de Villa Clara suspendem aulas por tempo indefinido devido à grave crise energética em Cuba.

A Universidade Central "Marta Abreu" de Las Villas e a Universidade de Ciências Médicas anunciaram a suspensão das atividades acadêmicas "até novo aviso", diante "das condições objetivas atuais do país".

Universidad de Ciencias Médicas de Villa Clara © X/@ucmvccu
Universidade de Ciências Médicas de Villa ClaraFoto © X/@ucmvccu

As universidades de Villa Clara suspenderam as aulas de forma indefinida devido à grave crise energética no país, que atingiu seu ponto mais crítico com o colapso total do sistema elétrico nacional desde a última sexta-feira.

A página oficial do governo de Villa Clara reproduziu neste domingo comunicados da Universidade Central “Marta Abreu” de Las Villas – UCLV e da de Ciências Médicas, que anunciaram a suspensão das atividades acadêmicas “até novo aviso”, diante “das condições objetivas atuais do país”.

Captura de FacebookSou Villa Clara

"A direção da Universidade Central ‘Marta Abreu’ de Las Villas – UCLV, considerando as condições objetivas atuais do país, decidiu adiar as atividades docentes até novo aviso", anunciou a instituição através de seu canal de Telegram.

“Se informarão oportunamente as medidas a serem tomadas com as atividades previstas, tendo em conta o cenário nacional. Lembre-se de se manter informado por nossos canais oficiais”, instou a UCLV.

Na sua página oficial do Facebook, a universidade não publicou o aviso, mas anunciou a saída dos estudantes bolsistas de Ciego de Ávila e Camagüey para suas casas.

Captura de FacebookUniversidade Central "Marta Abreu" de Las Villas – UCLV

Por sua parte, a Universidade de Ciências Médicas de Villa Clara (UCMVC) comunicou em seus perfis nas redes sociais que “diante da situação energética que ainda enfrenta o país (…) não reiniciará as atividades docentes até novo aviso”.

A medida excetua “os estudantes de anos terminais, que sim se incorporam às suas atividades habituais”. No entanto, adverte-os que, “caso apresentem algum problema pontual que impeça sua incorporação, devem comunicar-se imediatamente com a direção da FEU, a UJC e com sua decana”.

A UCMVC instou, por último, os alunos a “manterem-se informados pelas páginas oficiais da Universidade”.

Antes do colapso geral do Sistema Electroenergético Nacional (SEN) que mantém Cuba sem eletricidade desde a manhã da última sexta-feira, o Ministério da Educação havia anunciado a suspensão das aulas para aquele dia, por motivos que se mostraram contraditórios em relação a versões de jornalistas oficiais e outros perfis.

Em um comunicado sucinto, o MINED informou na manhã da sexta-feira que as aulas não seriam retomadas até segunda-feira em todos os níveis de ensino, “devido às condições climáticas existentes no país”.

No entanto, jornalistas oficialistas e outros perfis, como o de Lázaro Manuel Alonso, afirmaram que a suspensão das atividades docentes em todo o país obedecia à “situação energética”, a mesma que motivou uma aparição do primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz na televisão e rádio nacionais, na noite de quinta-feira.

Em uma aparição pública tumultuada, ao lado de diretores do Ministério da Energia e Mineração, Marrero informou sobre a crise energética no país. O primeiro-ministro deixou claro que a situação era extremamente crítica e indicou que não se esperava uma solução a curto prazo.

Enquanto isso, a União Elétrica de Cuba (UNE) emitiu um comunicado no qual detalhava as medidas tomadas diante da emergência eletroenergética.

Apenas 12 horas depois, o SEN sofreu uma primeira desconexão total, que até hoje não foi solucionada. O apagão geral em que está mergulhada Cuba continua sem remediar-se após mais de 48 horas, enquanto as autoridades do regime, diretores e trabalhadores da UNE tentam restabelecer o sistema.

Os colapsos totais e parciais marcaram as operações de recuperação do SEN, enquanto milhões de cubanos sofrem as consequências de dois dias críticos sem fornecimento elétrico.

Este sábado de manhã, durante o processo de restabelecimento do SEN após a queda total de energia na sexta-feira, o sistema caiu novamente. A corrente elétrica que chegava a alguns milhares de usuários em toda Cuba e alimentava o arranque das termoelétricas por meio da geração distribuída, desapareceu outra vez, levando com ela a esperança de superar a crise.

A UNE empreendeu mais uma vez o processo de reconexão e a segunda tentativa pareceu avançar ao longo do dia, pois chegou a ser informado do restabelecimento de 11% de toda a demanda elétrica no país. Mas algo falhou novamente na partida e o SEN voltou a colapsar.

No momento de redigir esta nota, as termelétricas do país continuam desconectadas ou em processos de arranque, mas sem fornecer energia ao SEN.

Depois de tantas horas sem eletricidade, os cubanos começaram a mostrar sua indignação em protestos nas ruas, fazendo soar panelas e gritando exigindo uma solução.

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