O apagão geral que ocorreu em Cuba nesta sexta-feira de manhã continua sem ser solucionado, enquanto as autoridades do regime, diretores e trabalhadores da União Elétrica (UNE) tentam recuperar o colapsado sistema eletroenergético nacional (SEN).
Assim foi relatado pelo Noticiero da Televisão Cubana (NTV) em sua edição estelar da sexta-feira à noite, ao entrevistar o diretor de Eletricidade do Ministério de Energia e Minas, Lázaro Guerra Hernández.
“Neste momento, temos microssistemas em todas as províncias, exceto em Artemisa, os quais têm uma potência limitada e alcançam os consumidores próximos a eles”, destacou o dirigente, que ofereceu outros detalhes sobre os mínimos avanços conseguidos no processo de restauração do SEN.
Com a entrada em funcionamento da planta de Energas, foi possível fornecer energia à termelétrica de Santa Cruz del Norte, que estava em processo de arranque à noite, segundo o meio oficialista, que afirmou que com isso se conseguiria “progredir na reestabelecimento do SEN”.
O relato e a terminologia empregada pelas autoridades evidenciam a delicadeza da situação, assim como o nível de improvisação e a preocupação que reina nas altas esferas do regime cubano, que sabe mais do que diz sobre a crítica situação pela qual atravessa.
"Desde a direção do país, estamos dedicando absoluta prioridade à atenção e solução desta contingência energética de alta sensibilidade para a nação", escreveu o governante Miguel Díaz-Canel nesta sexta-feira no final da tarde. "Não haverá descanso até seu restabelecimento", acrescentou.
A pouca energia que neste sábado é fornecida em Cuba provém de geradores, equipamentos em sua maioria pouco eficientes e muitos dos quais estão avariados, além do consumo de combustível que requerem para gerar eletricidade para um número muito reduzido de clientes.
No oeste de Havana, está-se trabalhando no microsistema para iniciar a CTE Mariel, que possui três unidades de geração. No momento da redação desta nota, desconhece-se o progresso alcançado neste nodo do SEN.
“Uma vez que tenhamos Mariel conectado com Energas e Santa Cruz del Norte, isso favorece a zona ocidental, por isso é prioridade. Também está sendo trabalhado na avaria da termelétrica Antonio Guiteras”, indicou Guerra Hernández.
No Oriente de Cuba já há energia em Renté, o que permitirá trabalhar em suas duas unidades para incorporá-las ao sistema. Segundo o executivo, também foi possível ligar um motor da central flutuante de Santiago de Cuba. Um progresso semelhante foi alcançado nesta sexta-feira à noite em Moa.
No caso de Nuevitas, em Camagüey, trabalha-se para solucionar "um problema" que o dirigente da UNE não especificou, assim como na possibilidade (não alcançada ainda no momento da redação desta nota) de criar um microsistema que forneça energia.
"Ganar em fortaleza nos microsistemas nos permite em algum momento começar a interconectar sistemas para alcançar um enlace nacional em algum momento", acrescentou Guerra Hernández em uma tentativa desesperada de transmitir confiança nas soluções dos mesmos especialistas e autoridades que foram pegos de surpresa por um apagão geral que tem sido notícia em todo o mundo.
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