Anunciam suspensão de aulas em Cuba, mas não conseguem entrar em acordo quanto ao motivo.

Este sexta-feira as aulas estão suspensas em toda Cuba, conforme revelaram nas redes sociais tanto o jornalista oficialista Lázaro Manuel Alonso quanto o Ministério da Educação (MINED), só que ambos deram motivos diferentes.

"Estão suspensas as aulas nesta sexta-feira em todo o país devido à situação energética. O curso será reiniciado na próxima segunda-feira", indicou Alonso em uma publicação no Facebook, deixando claro que a suspensão é motivada pela grave crise energética, que nesta quinta-feira provocou até mesmo uma aparição do primeiro-ministro Manuel Marrero na televisão nacional.

O MINED, por sua vez, indicou em uma publicação no X que a causa da suspensão das aulas é o mal tempo.

"#CubaMined informa que, devido às condições climáticas existentes no país, as aulas serão retomadas na segunda-feira", indicaram em um breve tweet.

Ambas publicações se tornaram virais nas redes nas últimas horas, não apenas por sua essência em si: a suspensão das aulas, mas também porque são reveladoras da ineficácia comunicacional do governo cubano.

A União Elétrica (UNE) de Cuba compartilhou em seu perfil no Facebook a suspensão das aulas e a citou como parte das medidas tomadas "dada a emergência eletroenergética em que se encontra o país".

"O MINED decide suspender as atividades docentes de sexta a domingo em todos os níveis de ensino", escreveram, argumentando em concordância com o exposto pelo jornalista oficialista.

No entanto, até o fechamento desta nota, a publicação do MINED no X continua citando o clima como causa da interrupção das aulas.

Apesar da suspensão das aulas em todos os níveis, estão excluídos do fechamento "os círculos infantis para as mães que estão trabalhando".

"Os centros internos continuarão seu funcionamento habitual até novas indicações. Se algum pai solicitar levar seu filho, será concedida a permissão. Não se pode autorizar nenhum educando a sair sozinho para passear", acrescenta outra publicação oficial.

Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz compareceu na cadeia nacional de rádio e televisão para explicar a grave situação energética que atravessa Cuba.

Marrero afirmou que a escassez de combustível é o principal fator que agrava o déficit energético do país, junto com o mau estado da infraestrutura elétrica e o aumento da demanda.

O primeiro-ministro destacou que a prioridade do governo é garantir o fornecimento de eletricidade ao setor residencial, embora para isso tenham sido necessárias a interrupção de atividades econômicas.

Anunciou, além disso, que nos próximos dias serão realizados manutenções técnicas em dois dos blocos mais importantes do sistema elétrico, Felton e Guiteras, o que pode complicar ainda mais a situação a curto prazo.

Finalmente, as autoridades destacaram que essas medidas visam melhorar gradualmente a situação, embora tenham alertado que não se espera uma solução imediata.