Cresce o caos energético em Cuba: Novo número recorde de apagões e sete unidades fora de serviço.

Está previsto que os apagões ao meio-dia de hoje superem 1.000 MW no país, cifra que deve disparar durante o horário de pico.

Vela encendida (Imagen de referencia) © CiberCuba
Vela acesa (Imagem de referência)Foto © CiberCuba

O caos energético cresce em Cuba, onde nesta terça-feira foi vivida uma jornada recorde com 1.641 MW e onde permanecem sete unidades termelétricas fora de serviço, seja por avarias ou por manutenção.

A previsão melhora um pouco para hoje, mas a previsão de apagões permanecerá em torno de 1.500 MW durante o horário de pico.

"A esta hora, afecções ao serviço elétrico abrangem quase todas as províncias, exceto os circuitos protegidos. Em Matanzas, também precisaram planejar cortes em seus circuitos vitais", admitiu no Facebook, às 18h, o jornalista oficialista Lázaro Manuel Alonso.

Captura do Facebook/Lázaro Manuel Alonso

No dia de ontem, o serviço foi afetado por déficit na capacidade de geração durante as 24 horas do dia e não foi possível restabelecer o serviço na madrugada de hoje.

A máxima afetção foi de 1,641 MW às 19h10, não coincidente com o horário de pico.

Em sua parte de 16 de outubro, a União Elétrica (UNE) de Cuba reconheceu que as faltas de energia foram superiores a 1.308 planejadas.

Argumentaram que as afetações dispararam pela "saída imprevista da unidade 1 da CTE Santa Cruz, a recuperação tardia dos motores na patana de Melones que estavam parados por falta de combustível e por uma demanda superior à prevista".

A disponibilidade do Sistema Electroenergético Nacional (SEN) às 7:00 da manhã desta quarta-feira era de 1.780 MW e a demanda 2.660 MW, com 908 MW afetados por déficit de capacidade.

Tal situação levará a que, para o meio-dia, se estimem apagões na ordem de 1.100 MW, um número elevadíssimo para o horário diurno.

Neste momento, estão avariadas a unidade 1 da CTE Santa Cruz, a unidade 5 da CTE Nuevitas, a unidade 2 da CTE Felton e a unidade 3 da CTE Renté.

Estão em manutenção a unidade 2 da CTE Santa Cruz, a unidade 4 da CTE Cienfuegos e a unidade 5 da CTE Renté.

As limitações na geração térmica são de 407 MW.

Estão fora de serviço por combustível 37 centrais de geração distribuída, a patana de Mariel, a CDE Mariel e a patana de Santiago de Cuba, totalizando 464 MW, sendo 222 MW em grupos distribuídos, 158 MW nas patanas e 84 MW na CDE Mariel.

Em meio ao panorama negro, para o horário de pico de hoje se estima a entrada da unidade 1 da CTE Santa Cruz com 80 MW, a entrada da unidade 5 da CTE Nuevitas com 75 MW e a unidade 3 da CTE Renté com 70 MW.

A partir de tal previsão - que inclui a entrada de três unidades que agora estão fora de serviço - a UNE estima para o horário de pico uma disponibilidade de 2,005 MW e uma demanda máxima de 3,380 MW, resultando em um déficit de 1,375 MW.

De manterem-se as condições previstas, prevê-se uma afetação de 1.445 MW à noite, ou seja, no horário de maior demanda.

Mais de 230 comentários apenas uma hora depois da publicação do comunicado hoje indica o nível de descontentamento dos cubanos sobre o tema.
"Diga aos governantes deste país que venham aqui ler um pouco dos comentários para ver se percebem como se sente o povo porque, segundo eles, aqui um está mais contente do que nunca", apontou um internauta com ironia.
Outros se perguntam quanto mais os cubanos vão aguentar, pois consideram que a crise eletroenergética atual é ainda pior do que a que desencadeou as protestas de julho de 2021.

"Esta situação é ainda pior do que a que gerou o estilhamento social de 11 de julho. E mesmo assim, o povo aguenta calado, com fome, sem luz, sem esperanças", sentenciou um comentarista nesse sentido.

"O déficit mais grande que há em Cuba é a vergonha, que se acabou", sentenciou um terceiro.

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