A saída do sistema eletroenergético nacional (SEN) da termoelétrica de Cienfuegos deixará nesta terça-feira um panorama complexo na geração de energia elétrica, que os cubanos vão ver traduzido em maiores “afetações” ou apagões.
A desconexão do SEN da Central Termoelétrica (CTE) Carlos Manuel de Céspedes ocorreu de maneira “programada” às 22 horas de segunda-feira, segundo informou a União Elétrica de Cuba (UNE) em suas redes sociais.
"Aos 22h02 de segunda-feira, 14 de outubro, a Central Termoelétrica de Cienfuegos desvinculou-se do sistema elétrico nacional para cumprir com a manutenção prevista e necessária no bloco 4", informou a empresa estatal no Facebook.
Apesar de assegurar que se trata de uma “manutenção prevista”, a empresa que é dirigida por Alfredo López Valdés informou sobre a desconexão após 15 horas de ter ocorrido a mesma.
No obstante, a UNE insiste que seus clientes devem “manter-se informados através do nosso perfil institucional e dos canais de comunicação oficiais do país sobre o andamento deste importante e inadiável processo”.
A finais de agosto, a termoelétrica Antonio Guiteras, de Matanzas, saiu do sistema elétrico nacional (SEN) devido a um "inconveniente" com o chamado comando de óleo, exatamente dois meses após sua sincronização anterior.
A desconexão, prevista para um prazo de 24 horas, se estendeu por mais de três dias, após tentativas frustradas de sincronizar a gigante matancera ao SEN. "Não foi possível resolver, por enquanto, o inconveniente na regulação das válvulas da turbina", informou o jornalista oficialista José Miguel Solís.
Diante das dificuldades para sua implementação, a direção da maior planta geradora do país afirmou que seriam necessários sete dias para continuar os trabalhos de reparação, tempo em que os técnicos aproveitariam "cada minuto para trabalhar na limpeza e manutenção de outros equipamentos que também necessitam".
Finalmente, a Guiteras voltou a sincronizar com o SEN em um prazo de cinco dias, após o reparo da avaria que a deixou fora de serviço.
O regime cubano segue em frente com sua "estratégia".
"Temos que dar luz à nossa população antes do Ano Novo", dizia o governante cubano Miguel Díaz-Canel em meados de setembro, durante a plenária extraordinária do Comitê Provincial realizada em Sancti Spíritus.
“Temos que apresentar resultados. No fim do ano, temos que chegar com outros resultados. Nós temos que dar luz à vida da nossa população antes que este ano acabe”, reafirmou o governante designado pelo general (r) Raúl Castro.
Apremiado pela debacle de sua gestão, Díaz-Canel, o grande estrategista das reparações e manutenções das termoelétricas para "ter um verão com menos apagões", prometia "dar luz à vida" dos cubanos, mas três dias depois a UNE informava que a situação energética em Cuba ia piorar ao ter sete unidades termoelétricas fora de serviço.
No início daquele mês, o ministro de Energia e Minas, Vicente de La O Levy, reconheceu que a estratégia do governo para evitar apagões no verão falhou.
“Se foi cumprindo o tema das manutenções, mas não se cumpriu o tema das horas que havíamos planejado. O que aconteceu? Que junto com a carga de manutenção que tínhamos prevista, houve afetacões importantes neste semestre com a questão do combustível”, disse De la O Levy.
Um mês depois, De La O Levy reconhecia que o regime cubano não tinha solução a curto ou médio prazo para o colapso do SEN, e que os apagões continuariam até o ano de 2025.
Segundo o ministro de Energia, o governo de Díaz-Canel estava fazendo um "grande esforço financeiro" para importar combustíveis, mas também para comprar as peças e insumos necessários para resolver as falhas das obsoletas termoelétricas do país, uma solução "a longo prazo".
Enquanto a UNE tenta recuperar o potencial de geração de suas velhas e sucateadas termelétricas, a disponibilidade irá aumentando em função da incorporação ao SEN dos novos parques fotovoltaicos que está começando a instalar, assegurou De la O Levy.
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