A morte de El Taiger comove o mundo da música: Principais meios de comunicação da Espanha reagem.

Os meios destacam que morreu o maior expoente do gênero de distribuição.

El Taiger © Instagram
El TaigerFoto © Instagram

A morte do reguetonero cubano José Manuel Carbajal Zaldívar, conhecido como El Taiger, chocou o mundo da música e domina as manchetes nesta sexta-feira nos principais meios de comunicação da Espanha, onde sua música era muito popular e temas como La Historia foram tendência durante vários verões consecutivos.

O diário El Mundo informou que o músico "não conseguiu superar os danos sofridos por um disparo na cabeça e morreu aos 37 anos após permanecer sete dias em estado crítico no Jackson Memorial Hospital de Miami (Estados Unidos)".

Ele afirmou que durante sua hospitalização, "El Taiger mobilizou os cubanos dentro e fora da ilha, inspirando vigílias e rezas católicas e de outras religiões, incluindo a yorubá", enquanto nas redes sociais, "a etiqueta #FuerzaTaiger se tornou uma tendência, demonstrando a magnitude de sua influência e o carinho que ele tinha em seu país natal".

O meio lembra que "El Taiger começou sua carreira musical na década de 2000 e rapidamente se consolidou como uma das vozes mais influentes do reguetón cubano. Ao longo de sua trajetória, trabalhou com artistas de renome como J Balvin e Cosculluela, e ficou conhecido por sua capacidade de misturar os ritmos do reguetón com sons tradicionais cubanos. Seus sucessos como Habla Matador e La Historia se tornaram hinos para uma geração que o via como uma figura representativa de seus sonhos e aspirações em meio às dificuldades que a ilha enfrenta".

Por sua parte, o jornal El País destacou em sua edição de hoje que morreu "o maior expoente do gênero reparto".

Além disso, grandes músicos como Chucho Valdés, J Balvin e Enrique Iglesias enviaram seu apoio ou dedicaram uma oração, e até mesmo o regime cubano, que normalmente faz silêncio sobre acontecimentos semelhantes quando se trata de artistas no exílio, não se calou diante do incidente que comoveu toda a comunidade, com declarações do ex-ministro da Cultura Abel Prieto Jiménez e Lis Cuesta, esposa do mandatário Miguel Díaz-Canel.

Agrega que a convalescência de El Taiger "despertou todos esses dias um debate entre os cubanos: enfrentou aqueles que lamentam sua morte e os que o qualificam de drogadicto, criminoso ou problemático; os que se gabam da cultura contra os que defendem o gênero reparto como o melhor ritmo musical saído de Cuba nos últimos tempos; os extremistas do Sul da Flórida que o criticam por visitar a Ilha e cantar nos palcos cubanos, contra aqueles que defendem sua liberdade para fazê-lo".

Por último, o artigo de El País conclui que alguns dizem que nem os cubanos, nem a música, nem o exílio serão os mesmos após a morte de El Taiger.

"Avizoram um cambio sem retorno no gênero urbano e seus exponentes, nas relações que estabelecem entre eles mesmos. Outros dizem que o conservadorismo que tem caracterizado por anos o exílio poderia começar a ver mudanças. E muitos sabem que embora sejam vários os reparteros cubanos fazendo boa música, hoje se perdeu o que emplacou um hit atrás do outro, o que se movia entre outros gêneros como baladas ou guajiras, o que brincava com suas letras como com suas grandes correntes de ouro no pescoço, com soltura, como se soubesse e vivesse como o melhor, como um Taiger", expressa a publicação.

O diário ABC também destacou em sua última edição que "em Cuba, seguidores o despedem «celebrando como ele queria» com «festa e alegria»": "«Aumentem o volume da sua música, dancem e celebrem sua vida», acrescentou a família no comunicado", citou o meio.

"Com milhares de seguidores tanto em Cuba quanto na comunidade hispânica do sul da Flórida, Carvajal viajava com frequência à ilha para visitar sua avó, suas duas pequenas filhas e para dar concertos, o que lhe rendeu críticas entre alguns setores da diáspora cubana. No entanto, foi um dos músicos cubanos que criticou o governo pela repressão desencadeada durante e depois das históricas protestas de 11 de julho de 2021", destacou.

O que você acha?

COMENTAR

Arquivado em:


Você tem algo a relatar? Escreva para a CiberCuba:

editores@cibercuba.com +1 786 3965 689