No escampa: União Elétrica prevê mais de 1.000 MW de apagões em Cuba

A escassez de combustível e a roleta russa das falhas nas termoelétricas estão resultando em um ciclo infernal de cortes de fornecimento em toda a ilha, com províncias que ficam completamente às escuras devido à incapacidade de "rodar" os apagões por circuitos.


A União Elétrica de Cuba (UNE) previu uma nova jornada de apagões em massa para esta segunda-feira, estendendo a agonia que em silêncio a população sofre, e que dia após dia afasta um passo mais a precária e diminuída confiança dos cubanos nos dirigentes do regime.

A escassez de combustível e a roleta russa das falhas nas termelétricas estão resultando em um ciclo infernal de cortes de suprimento em toda a ilha, com províncias ficando completamente às escuras devido à incapacidade de “rotacionar” os apagões por circuitos.

Captura de tela Facebook / UNE

“No dia de ontem, o serviço foi afetado devido a um déficit de capacidade de geração durante as 24 horas do dia e tem se mantido durante toda a madrugada de hoje”, informou nesta segunda-feira a empresa estatal em suas redes sociais.

Não há nenhuma novidade em sua informação, pois esta é a abertura habitual de seus comunicados diários há semanas. Segundo dados da própria empresa, neste domingo “a maior afetacão por déficit de capacidade de geração durante o horário de pico foi de 1.349 MW às 18:10 horas”.

Tal como reconheceu a UNE, a "afetação" foi superior à planejada na véspera, supostamente pela "não entrada em tempo da unidade 5 da CTE Nuevitas".

"Estão em avaria as unidades 5 e 8 de Mariel e a unidade 2 da CTE Felton. Em manutenção está a unidade 2 da CTE Santa Cruz e a unidade 5 da CTE Renté", acrescentou a empresa que é dirigida por Alfredo López Valdés.

Fora de serviço por falta de combustível estão 43 centrais de geração distribuída. Na mesma situação se encontra a central elétrica flutuante (patana) de Santiago de Cuba. No total, isso representa um déficit de cerca de 344 MW no colapsado sistema eletroenergético nacional (SEN).

"Com esta previsão, estima-se para a hora de pico uma disponibilidade de 2.220 MW e uma demanda máxima de 3.300 MW, resultando em um déficit de 1.080 MW, portanto, se as condições previstas se mantiverem, prevê-se uma afetação de 1.150 MW neste horário", concluiu a UNE.

A situação, que com altos e baixos se mantém há anos no país, amarga cada vez mais a vida dos cubanos. Além da crise econômica, a escassez, a inflação, o colapso dos serviços públicos e a fome, a população sofre os prolongados e frequentes apagões com uma mistura de resignação e indignação, assim como refletem os comentários deixados nas redes sociais da UNE.

"Meu Deus, nem um único dia de trégua! Entreguem o país: está colapsado!", comentou uma usuária. "Até quando teremos paciência? Quando a loucura reinar por completo, um tsunami virá às ruas", questionou outra, fazendo uma previsão que muitos temem, incluindo as autoridades do regime cubano.

"Não queremos mais informações sobre o déficit de geração, informações que muitos nem entendem. O povo de Cuba está farto de que informem para justificar os 'alumbrones', o que queremos agora é uma solução", clamou outra internauta.

"Tal parece que a nova meta é não ficar abaixo de 1.000 MW de déficit!"; "Sem melhorias nem soluções, de mal a pior"; "Soltem o poder. O povo cubano não merece isso", disseram outros usuários cansados de uma situação que parece não ter fim.

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