Governo cubano assegura que a criminalidade diminui, mas os cidadãos não percebem.

Segundo as estatísticas do Governo, as províncias de Santiago de Cuba, Granma, Ciego de Ávila, Cienfuegos e Sancti Spíritus relataram os números mais altos de crimes.

Policía cubana (Imagen de Referencia) © CiberCuba
Polícia cubana (Imagem de Referência)Foto © CiberCuba

O Governo cubano assegurou que a criminalidade está diminuindo na ilha, mas reconheceu que a população não percebe isso. Uma percepção que vem acompanhada dos relatos que aparecem diariamente nas redes sociais sobre a violência no país.

Dados expostos pelo Ministério do Interior (MININT) ao primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz, em uma reunião do Grupo de Trabalho para a prevenção e enfrentamento a delitos e ilegalidades, referiram que embora ao final do mês de agosto o registro criminal tenha permanecido elevado, os fatos diminuíram em relação ao mesmo período do ano anterior.

De acordo com suas estatísticas, as quais em uma prática comum não foram detalhadas, as províncias de Santiago de Cuba, Granma, Ciego de Ávila, Cienfuegos e Sancti Spíritus relataram os números mais altos de crimes.

“Embora se tenha avançado em alguns assuntos e indicadores, o povo ainda não vê os resultados, e é para isso que trabalhamos. No entanto, algumas tendências refletem que o enfrentamento começa a dar resultado, mas este será palpável quando o povo puder percebê-lo”, disse Marrero Cruz.

Para o MININT, que diz ter desarticulado 34 cadeias delitivas, “as ações integrais para combater os fatos contra o gado influenciaram na diminuição dos mesmos, embora não o suficiente”, aponta um relatório da Presidência de Cuba.

O primeiro-ministro mencionou que “se continuarmos aumentando o combate, poderemos chegar ao momento em que já se comece a perceber, de maneira sensível, a diminuição dos delitos e ilegalidades”.

Os funcionários cubanos também fizeram referências às drogas, apontando para buscar a prevenção e elevar o repúdio a essas condutas, sob o princípio de tolerância zero.

Apesar desse reconhecimento, há alguns dias a vice-presidente do Tribunal Supremo de Cuba, Maricela Sosa Ravelo, assegurou à rede britânica BBC que a insegurança na ilha é um problema maximizado pelas redes sociais e citou, como é habitual na retórica do governo, campanhas difamatórias promovidas dos Estados Unidos.

Declarações que estavam em consonância com a negativa do regime de que exista um aumento da violência em Cuba. Inclusive, afirmaram que tudo que se denuncia nas redes "é uma campanha" da oposição contra o governo.

Um relatório publicado em agosto pelo Observatório Cubano de Auditoria Cidadã (OCAC) detalhou o preocupante aumento da criminalidade na ilha durante o primeiro semestre de 2024.

O relatório se baseia no monitoramento de denúncias nas redes sociais e meios de comunicação, pois o regime mantém esses dados em segredo e compartilha informações apenas ocasionalmente e com uma transparência questionável, esclareceu Cuba Siglo 21.

Nos primeiros seis meses de 2024, foram relatados 432 delitos, o que representa uma média diária de 2,37 crimes, superando amplamente os números reportados no mesmo período de 2023.

Entre os delitos, destacam-se 91 homicídios, 260 roubos, 39 assaltos, 29 agressões e 13 casos classificados como outros crimes.

Estes números evidenciam um incremento significativo, com um aumento de 152% na taxa de criminalidade em comparação com o primeiro semestre do ano anterior. É alarmante o crescimento de 111% nos assassinatos, 290% em agressões e 208% em roubos.

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