O que se sabe sobre a morte de seis migrantes nas mãos do Exército mexicano

A identidade de três das vítimas não foi revelada.

Camioneta baleada © Captura de video
Camioneta baleadaFoto © Captura de vídeo

Pelo menos seis migrantes faleceram na terça-feira após o exército mexicano no estado de Chiapas abrir fogo contra um caminhão que transportava indocumentados de várias nacionalidades, incluindo a cubana.

A Secretaria da Defesa Nacional (Sedena) explicou que a tragédia ocorreu quando soldados dispararam contra uma caminhonete que transportava 33 migrantes de Cuba, Peru, Egito, Nepal, Índia e Paquistão.

O incidente ocorreu no mesmo dia em que Claudia Sheinbaum assumiu a presidência do México. Eram cerca das 20h50 da terça-feira, no trecho da estrada Villa Comaltitlán-Huixtla, em Chiapas, a cerca de 50 milhas da fronteira com a Guatemala.

O Exército Mexicano realizava reconhecimento terrestre quando "detectaram um veículo tipo picape que ia a alta velocidade", diz o comunicado.

Ao notar a presença do Exército, o veículo tentou fugir, enquanto outras duas caminhonetes com carroceria "como as que usam grupos criminosos naquela região", os seguiam por trás, acrescenta a nota.

Segundo relatos da polícia local, os militares perseguiram o comboio por algumas milhas e um dos veículos teria saído da estrada tentando despistá-los.

Os militares argumentaram que dispararam após ouvir detonações provenientes de um dos veículos que perseguiam, os quais se deslocavam em alta velocidade.

Ainda não se conhece informações sobre algumas vítimas fatais do incidente, onde quatro pessoas morreram no local, outras 12 foram trasladadas para um hospital, onde faleceram mais duas, e as 17 restantes foram colocadas à disposição das autoridades migratórias.

Entre os quatro migrantes que perderam a vida no local do ataque, há menores de idade.

Foi confirmada a morte de um cidadão peruano, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores desse país.

Meios mexicanos também precisaram que outras duas vítimas fatais eram de nacionalidade egípcia.

Eram duas mulheres, Selvia Saad Salah Medel, de 18 anos, e Neima Navil Farag Zakher, de 42 anos, que faleceram devido à gravidade de seus ferimentos no hospital geral de Huixtla, para onde os 12 imigrantes feridos foram levados.

Selvia Saad Salah Melek ia completar anos na próxima semana. Seu irmão, de 14 anos, está grave no hospital, seus pais também ficaram feridos.

A identidade das outras três pessoas falecidas ainda não foi revelada.

O restante dos passageiros, 17 no total, foi colocado sob custódia do Instituto Nacional de Migração por se encontrarem em situação irregular.

A Sedena informou que dois militares foram afastados de suas funções e que a Procuradoria Geral da República e a Procuradoria Geral de Justiça Militar estão encarregadas de investigar os fatos para determinar as responsabilidades correspondentes.

Após o ataque, várias organizações internacionais, como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ONU-DH), fizeram um apelo às autoridades mexicanas para criar rotas legais para os migrantes e evitar que tragédias como essa se repitam.

Até o momento, nem a embaixada do México nem o Ministério das Relações Exteriores (Minrex) de Cuba emitiram declarações oficiais sobre o incidente.

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