Nestor Damián Gámez González (Havana, 26 de junho de 1987) está preso há 15 meses no presídio Santiaguito, no México, após sofrer uma agressão, que se tornou viral, nos Juizados de Toluca (Estado do México), quando tinha a intenção de reclamar perante uma juíza de Família que sua ex-mulher lhe permitisse ver o filho que têm em comum.
O menino foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista, conforme explicou a CiberCuba o avô paterno da criança, José Fernández Olivera (padrasto de Nestor Damián Gámez González), afirmando que seu enteado já não conseguia ver o menino há algum tempo porque sua ex-esposa o impedia. Essa situação ocorreu após o término de um relacionamento que durou apenas dois anos.
Nestor Damián Gámez González trabalhava como gerente em um estabelecimento da cadeia de lojas Coppel, quando decidiu recorrer à justiça para reclamar que lhe fosse permitido ver seu filho, que na época tinha três anos e agora quase seis anos. No entanto, antes da celebração da audiência, ocorreu uma briga que ocupou as manchetes dos programas de informação em Toluca. Na briga, estiveram envolvidas as duas partes em disputa pela custódia do menor.
José Fernández Olivera, padrasto do jovem cubano preso, diz que tanto a ex-mulher de seu filho quanto a irmã dela, Karla Mildred Gómez Garduño, que atuava como advogada no momento da confusão, supostamente agrediram Nestor Damián Gámez González e a mãe deste, que saiu ferida da briga e precisou de assistência médica. CiberCuba entrou em contato com a defesa através do Facebook, mas no momento de publicar esta notícia não havia recebido resposta.
A briga ocorreu em 8 de abril de 2022. Após a agressão viral, a ex-cunhada da vítima e advogada de sua ex-mulher o denunciou, e as autoridades mexicanas decidiram decretar uma medida cautelar de prisão preventiva, considerando que, como Nestor Damián Gámez González é cubano, ele poderia abandonar o país, apesar de já estar residindo no México há oito anos, ter um emprego fixo e estar arraigado ali.
A mãe de Nestor Damián Gámez denunciou sua agressão, mas sua denúncia não prosperou ao tentar processar "pessoas influentes". Ela permanece no México, à espera de que o julgamento ocorra e seu filho possa ter direito à legítima defesa. Enquanto esse momento não chega, ele está sob proteção policial para evitar uma nova agressão.
Em declarações à CiberCuba, Fernández Olivera explicou que o pai de Nestor Damián Gámez González é uma pessoa idosa, que vive em Cuba e que foi muito afetada pelo encarceramento do filho. Ele está convencido de que as autoridades mexicanas estão adiando a data do julgamento para mantê-lo na prisão.
"O fundamental é que ele está preso há 15 meses, vítima da corrupção do Poder Judiciário. Minha esposa foi agredida novamente por essas pessoas e agora tem proteção. Ela ficou desamparada no México e eu, dos Estados Unidos, mando dinheiro para enfrentar toda a extorsão à qual estamos sendo submetidos. Eles nunca se casaram. Tiveram um relacionamento de dois anos", afirmou Fernández Olivera.
"Não entendemos que apliquem a medida como a prisão preventiva, que é apenas para casos extremos, quando no vídeo (da briga) se vê que são elas que agredem minha esposa e meu filho", concluiu.
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