Dezoito palavras foram suficientes para o jornalista oficialista José Miguel Solís descrever a situação que os matanceros viveram nesta sexta-feira à noite, quando a totalidade dos circuitos elétricos da cidade ficou sem fornecimento de energia elétrica.
“Matanzas alcançou os 140 MW... A totalidade de seus circuitos apagáveis... Às 12h02 diminui para 114 MW”, disse de forma sucinta o informante em suas redes sociais, acompanhando sua publicação com uma captura de tela da Empresa Elétrica de Matanzas e uma fotografia da cidade às escuras.
A publicação da empresa estatal informou que estavam “afetados por déficit de capacidade de geração” os 140 MW “que representam o máximo desligável na província”.
"Assim que as condições do sistema o permitirem, os circuitos que apresentarem mais tempo de afetação serão restabelecidos de maneira paulatina", acrescentou a Empresa Elétrica de Matanzas.
Na véspera, a União Elétrica de Cuba (UNE) indicou que ocorreriam apagões significativos devido ao déficit na capacidade de geração, o que provocaria afetacões de 1.200 MW. Em seu informe deste sábado, a empresa reconheceu que suas previsões ficaram, como quase sempre, abaixo da realidade.
A empresa estatal que dirige Alfredo López Valdés também informou neste sábado sobre uma novidade em seu catálogo de desgraças.
Além das habituais afetacões na geração distribuída por falta de combustível, a sexta-feira trouxe outra notícia desagradável: a falta de combustível também afeta três centrais elétricas flutuantes, conhecidas como “patanas turcas”.
Os "problemas com o abastecimento de combustível" deixaram secas as petroleiras turcas ancoradas em Mariel e na baía de Santiago de Cuba, enquanto a localizada na baía de Havana continua funcionando em condições mínimas pelo mesmo motivo.
Não é a primeira vez que as centrais elétricas flutuantes da Turquia ficam sem combustível para a geração de eletricidade em Cuba. Em abril, a UNE informou sobre problemas no fornecimento de combustível para as patanas de Moa, Holguín e de Santiago de Cuba.
Apesar de tê-los restritos, os comentários no Facebook de Solís mostraram o estado de ânimo que prevalece entre os matanceros após uma jornada sombria que ameaça se repetir neste sábado.
"Os 200 e tantos MW de Guiteras são dados como presente à maravilhosa Havana", disse um matancero indignado com os masivos apagões que a cidade sofre em contraste com os seletivos da capital cubana.
"O circuito 4 está desligado desde antes do meio-dia e ainda não restabeleceram a energia. Já não há palavras para descrever a impotência e o desprezo que sinto diante dos responsáveis por garantir uma vida digna. Que dor; uma ilha tão linda e tão destruída!", exclamou outra internauta cubana.
"Estou esperando pelo seu meme sobre o ministro, que disse que iríamos melhorar com a entrada do combustível... e pioramos. Passa um ciclone que não atinge Cuba e Matanzas se solidariza e entra em apagão. E o jornalismo? Nada, como sempre: come e cala", fustigou um usuário a Solís nos comentários.
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