Imigrante cubano ganha a vida lavando carros após perder seus documentos no México.

Este cubano, varado em Monclova, luta para sobreviver enquanto espera uma oportunidade para melhorar sua vida e a de sua família na ilha.

Joan Jacinto Rodríguez Torres / Lavado de carros © Periódico La Voz / YouTube
Joan Jacinto Rodríguez Torres / Lavagem de carrosFoto © Periódico La Voz / YouTube

Um imigrante cubano está há nove meses retido em Monclova, uma cidade no estado mexicano de Coahuila, após perder seus documentos legais nesse país.

Joan Jacinto Rodríguez Torres contou em entrevista ao Periódico La Voz que renunciou a emigrar para os Estados Unidos desde que perdeu seus documentos e agora luta para seguir em frente e construir um futuro na cidade mexicana que o acolheu.

Tem 37 anos e ganha a vida lavando carros. Sonha em juntar dinheiro para ter uma vida melhor e ajudar sua família em Cuba.

No dia 20 de janeiro de 2023, Joan saiu da ilha. Atravessou vários países da América Latina, caminhando a maior parte do tempo. Chegou ao México com o objetivo de alcançar a fronteira dos Estados Unidos.

Em Chiapas, obteve um permissivo temporário de trânsito do Instituto Nacional de Migração (INM), mas seu desejo de cruzar a fronteira foi interrompido ao chegar a Coahuila. As autoridades migratórias o alertaram que, se continuasse seu caminho, seria deportado. Desde então, permanece em Monclova.

Seus rendimentos econômicos só são suficientes para sua subsistência. Ele deve destinar 200 pesos diários para pagar o hotel onde está hospedado, e lhe resta pouco para se alimentar, o que o tem impedido de economizar o suficiente para alugar uma casa ou encontrar um emprego mais estável e seguro.

Apesar das dificuldades, Joan se mostra agradecido com os habitantes de Monclova, que têm sido mais amáveis do que em outros lugares do México e da América Latina por onde passou.

O cubano tem experiência em alvenaria, eletricidade e outros ofícios, o que lhe dá a esperança de encontrar um trabalho que lhe permita melhorar sua situação.

Renunciou à ideia de ir para os Estados Unidos, mas continua confiando que poderá se estabelecer em Monclova e gerar renda suficiente para ajudar sua família.

"Eles sabem que estou no México, mas não posso enviar dinheiro porque mal consigo sobreviver", confessou este homem que não perde a esperança em um futuro melhor.

A situação de Joan não é um caso isolado. Até setembro de 2024, mais de 11.000 cubanos solicitaram asilo no México, segundo os dados da Comissão de Ajuda a Refugiados do país norte-americano (COMAR).

Muitos esperam poder entrar legalmente nos Estados Unidos em algum momento, mas outros decidiram se estabelecer no país asteca, apesar de não ser o que inicialmente haviam sonhado.

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