Dailin de Moya Escalona, diretora geral de Saúde Pública no município de Palma Soriano, já atribuiu a responsabilidade pela negligência médica denunciada no caso de um bebê cubano de sete meses, Lian Coronado Babastro, que foi operado de urgência nesta terça-feira no hospital La Colonia, em Santiago de Cuba, depois de receber várias injeções de dipirona, que lhe causaram um abscesso em um glúteo e inflamação nas pernas e testículos. Sofreu uma infecção que quase lhe custou a vida.
Para a responsável pelo sistema de Saúde naquele município santiaguero, os únicos culpados pelo que aconteceu são os médicos de família que prestaram atenção primária à criança, antes de ela ser internada com febre no hospital Juan Vitalio Acuña, em Palma Soriano, onde recebeu injeções de dipirona para baixar a febre que, segundo a família, se devia a uma reação da vacina de seis meses, mas que naquele hospital interpretaram como sintoma de um processo viral.
Dailin de Moya decidiu em tempo recorde que os médicos do consultório, que não intervieram durante os cinco dias que a criança passou internada no hospital até piorar e ter que ser transferida para a terapia intensiva de La Colonia, em Santiago, devem ser sancionados com a retirada de 5% do salário mensal.
O tio do menor, Lixander Babastro, residente nos Estados Unidos, escreveu na semana passada ao Conselho de Estado e ao Ministério da Saúde Pública, denunciando a péssima atendimento que seu sobrinho estava recebendo no hospital infantil de Palma Soriano, onde nenhum dos exames realizados detectou que a criança tinha hemoglobina em 6, tendo que receber uma transfusão urgente assim que chegou em estado grave ao hospital pediátrico da capital provincial.
Essas cartas e a notícia publicada na mesma terça-feira no CiberCuba colocaram todo mundo em Palma Soriano em movimento, mas transferiram a responsabilidade de forma injusta. "Culparam os médicos primários, que nada têm a ver com o que aconteceu com o menino. Aplicaram um desconto de 5% no salário deles quando os culpados estão na equipe de enfermagem e médica do hospital pediátrico e na diretora municipal por seu mau comportamento. Os médicos de família não têm nada a ver com essa medida que lhes impuseram. Mas como diz a frase, querem soltar a batata quente", lamenta o tio do bebê recém-operado.
O próprio Lixander Babastro entrou em contato, desta vez com a Direção Provincial de Saúde Pública, para explicar que estão culpando os médicos que não são culpados, mas não levaram em consideração sua opinião.
Para Babastro, é a própria Dailin de Moya que deve assumir sua responsabilidade por ter mentido para sua família em Cuba, garantindo que havia pedido uma ambulância para transferir o menino para Santiago, embora não tenha feito nenhuma gestão. Ao ser descoberta, chegou a dizer aos familiares que o bebê não era o caso mais grave que tinha naquele hospital e, para evitar que a cobrassem constantemente, os declarou "persona non grata" e impediu sua entrada no pediátrico.
Foi decisão de Dailin de Moya que o menor ficasse em Palma Soriano por mais 24 horas, após a detecção da inflamação de seus membros e testículos, para chegar diretamente à terapia intensiva em La Colonia, em estado muito grave.
O tio da criança insiste em exigir explicações e entrou em contato telefônico com as autoridades sanitárias de Santiago de Cuba, mas por estar fora do país, disseram a ele que não vão dizer nada porque essas explicações serão dadas apenas a alguém que esteja na Ilha.
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