Crianças devem atravessar caminhos inundados para chegar à sua escola em Granma.

Um grupo de crianças residentes em uma zona rural do município de Campechuela, Granma, deve percorrer diariamente caminhos totalmente inundados para chegar à sua escola.

"Assim vão as crianças de Altos de Jo para a escola e o governo não se interessa nem atende o telefone; dê uma resposta a esta situação", demandou Adriela Aldana Fonseca, membro do grupo de Facebook "Somos de CAMPECHUELA".

As fotos e o vídeo compartilhados mostram uma cena terrível: crianças do ensino fundamental, acompanhadas de suas mães, caminhando descalças por um caminho cheio de água com lama, com os pés enfiados nessa sujeira até acima dos tornozelos - os menores quase até os joelhos.

Os pequenos vão acompanhados de suas mães que, calçadas com botas, carregam as mochilas e os sapatos de seus filhos.

As imagens provocam indignação, ao constatar a desídia do governo em relação à população daquela região, e ao mesmo tempo emociona o interesse dessas crianças e seus pais em estudar, apesar de tantas dificuldades.

"Tristemente assim eu ia para a escola e isso foi há anos, e agora e por séculos será a mesma história repetida", assegurou uma residente em Miami.

"Sem palavras. Só Deus sabe o que nós, os pais, vivemos dia a dia com nossos filhos. Coisas como estas são as que dão crédito a um sistema que nunca funcionou nem funcionará", afirmou uma mãe.

"Que horror e triste ver essas crianças passando dificuldades para ir estudar", lamentou uma pinareña.

No início do mês, um pai residente em Alquízar, Artemisa, divulgou um vídeo que mostra a odisséia que as crianças da escola Ramón Emeterio Betances vivem todos os dias, devido ao mau estado da estrada, que mais parece um pasto.

A gravação permite ver a via cheia de lama e água, ao ponto de que algumas mães colocam os filhos nas costas para evitar que eles caiam e se sujem.

Uma foto mostrava várias crianças paradas ao lado do caminho, esperando que um caminhão-pipa que se aproximava passasse, porque alguns metros à frente havia tanta água parada que poderia molhá-los.

Em maio, transcendeu o caso da escola primária "Amistad con los pueblos", em Santiago de Cuba, cuja entrada e a área de formação onde se realiza o matutino estavam completamente inundadas de águas residuais.

Os pais das crianças que estudam lá estão cansados de denunciar a situação, que já dura há vários anos.

"A entrada está inundada de águas pluviais, onde as crianças têm dificuldade para entrar nas salas de aula. A diretora já relatou que esgotou todos os recursos visitando todas as instituições e não fazem nada", contou uma mãe.

"Alguns dos pais concordam que fechem a escola, mas alguns trabalhadores referem que é a de Higiene que tem que fazê-lo," precisou a denunciadora no Facebook.