Madre cubana reclama ao governo uma cadeira de rodas para que seu filho de cinco anos possa ir à escola.

“Como pode ser que o Estado venda as cadeiras de rodas, em vez de dá-las a essas crianças que não conseguem andar? Elas não têm culpa de nada. Entendam o quão infelizes elas são”, disse a mãe consternada.

Escolares cubanos con necesidades especiales (imagen de referencia) © Sierra Maestra / Jorge Luis Guibert
Escolares cubanos com necessidades especiais (imagem de referência)Foto © Sierra Maestra / Jorge Luis Guibert

Uma mãe cubana reclamou ao governo uma cadeira de rodas para que seu filho de cinco anos possa ir à escola.

O pequeno padece de uma deficiência de origem física que o impede de caminhar e se manter de pé, e neste setembro começou seu primeiro ano de educação primária sem ter uma cadeira de rodas que lhe permita se deslocar e assistir à escola em condições dignas.

Legenda

A mãe, identificada no Facebook como 'La Yessy Yessy', fez uma publicação na qual denunciou o abandono por parte do Estado cubano e reclamou aos serviços sociais que atendam seu caso.

“Meu filho tem 5 anos, começou a escola, é deficiente, tem os pezinhos rígidos, tem a coluna desviada, se arrasta pelo chão para poder brincar, ou se apoia na parede para poder tomar banho. Hoje foi seu primeiro dia na escola e vocês podem acreditar que o Estado cubano não se dignou a lhe dar uma cadeira de rodas, e eu tenho que comprar uma para ele?”, disse a mãe.

Chama a atenção que a mãe descreva os sintomas que o filho apresenta, mas não mencione um diagnóstico médico da doença que ele padece. Segundo sua sintomatologia, o pequeno poderia sofrer de paralisia cerebral, distrofia muscular, espinha bífida ou atrofia muscular espinhal, entre outras.

Além do diagnóstico, o certo é que o pequeno "vive com complexos porque não pode brincar com as outras crianças, nem sentar perto delas porque não pode se sentar em cadeiras normais, porque cai", explicou a mãe.

"Como pode ser que o Estado venda as cadeiras de rodas, em vez de dá-las a essas crianças que não andam? Elas não têm culpa de nada. Entendam o quão infelizes são. Para mim, não me pesa comprá-las, porque é para que ele possa ir à escola e se sentir confortável, [mas] me dá raiva toda a desfaçatez que este país tem, e mais com as crianças", acrescentou.

A mãe, que se reconheceu "desesperada", exigiu ao Estado que se preocupe com a situação de seu filho.

Captura de tela Facebook / La Tijera

Uma publicação do site La Tijera, dedicado ao jornalismo cidadão, identificou a mãe como Yessika Beletre Ramírez, uma jovem mãe solteira de 22 anos, que vive em condições precárias com outros dois filhos.

A família reside na comunidade El Diezmero, no município havano de San Miguel del Padrón e, segundo o referido site, o pequeno se chama Raimel Alejandro Estrada Beletre.

“Se desejam ajudar seu pequeno a conseguir essa cadeira de rodas que ele tanto precisa, podem contatar sua mãe pelo número 50585358”, indicou La Tijera.

Além da propaganda do regime cubano

Em abril de 2019, o governante Miguel Díaz-Canel e o general aposentado que o deixou no poder, Raúl Castro Ruz, inauguraram em Santiago de Cuba a escola para crianças com deficiências físico-motoras Amistad Cuba-Vietnam.

Segundo o Cubadebate, a então ministra da Educação, Ena Elsa Velázquez, "ressaltou o alcance deste velho anseio de Fidel em meio a agudas restrições econômicas e ao recrudescimento do bloqueio e da hostilidade do governo dos Estados Unidos, além dos altos custos da educação especial".

Na capital, encontra-se a escola Solidaridad com Panamá que, segundo a Tribuna de La Habana, conta "com salas para a docência, oficinas de preparação profissional, serviço de logopedia, psicopedagogia, psicologia e reabilitação".

Além disso, "entre os propósitos das instituições figuram a reabilitação físico-motora e psicológica em relação ao diagnóstico de cada educando e os objetivos do nível educacional que corresponde para garantir a continuidade dos estudos".

Além da propaganda do regime cubano, o certo é que as pessoas com deficiência de origem física em Cuba sofrem uma dolorosa situação de abandono que as obriga a recorrer às redes sociais em busca de ajuda para aliviar suas necessidades.

Nos últimos dias, surgiu a notícia de que o reconhecido ator cubano Jorge Losada, que recentemente enfrentou diversos problemas de saúde, precisava de uma cadeira de rodas para se locomover, mas não podia arcar com o custo.

Luis Lacosta, diretor de arte no ICAIC que o ajudou outras vezes, revelou em seu perfil no Facebook que Losada precisava sair para a rua e esse é o único jeito de conseguir. "Não temos dinheiro para comprar," disse.

Em abril, foi conhecido o caso de uma cubana com uma rara deficiência que não lhe permitia nem mesmo se manter em pé e se deslocava em posição quadrúpede, apoiando-se nas quatro extremidades ao mesmo tempo.

Apesar de sua rara deficiência, o Estado cubano não foi capaz de lhe fornecer uma cadeira de rodas. Foi necessário que o humorista cubano Limay Blanco, líder do Ministério "Cristo Cambia Vidas", doasse duas cadeiras de rodas a Raquel, de 62 anos e moradora de La Coloma, em Pinar del Río.

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