Denunciam 26 mortes sob custódia em Cuba no primeiro semestre de 2024.

O relatório detalha um contexto de crescente violação dos direitos humanos nos primeiros seis meses do ano.

Juan Eralys Cayamo falleció bajo custodia policial © Collage Facebook / Yosmany Mayeta Labrada
Juan Eralys Cayamo faleceu sob custódia policial.Foto © Collage Facebook / Yosmany Mayeta Labrada

A organização não governamental Cubalex, especializada no monitoramento de direitos humanos em Cuba e na oferta de assistência legal gratuita na ilha, publicou um relatório sobre a repressão no país durante o primeiro semestre de 2024, que deixou um saldo de 26 mortos sob custódia.

O relatório detalha um contexto de crescente violação dos direitos humanos nos primeiros seis meses do ano, com ênfase em março, com mais de 40 protestos em todo o país.

Durante este período, foram documentados um total de 1.876 incidentes repressivos que abrangem detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, ameaças, violência física e restrições à liberdade de expressão e religião.

As condições nas prisões cubanas continuam sendo alarmantes, com evidências de torturas, tratamentos cruéis e desumanos, e uma grave falta de atendimento médico que contribui para as mortes sob custódia.

Além disso, foram registradas 137 protestos no semestre, que foram sufocados através de cortes de internet, detenções violentas, multas e acusações criminais.

O relatório aponta que as detenções arbitrárias frequentemente resultam em desaparecimentos forçados, agressões e torturas. As práticas repressivas incluem a coação e ameaças durante as detenções e intimações, assim como a fabricação de acusações criminais e ameaças de morte.

A violência física, o bullying e o assédio digital também têm sido formas comuns de repressão. As forças de ordem têm estado implicadas em vários casos de violência, e as operações de vigilância e prisões domiciliares arbitrárias tornaram-se frequentes. As interrupções de internet e o bloqueio de sites têm continuado a limitar gravemente a liberdade de expressão e o acesso à informação.

Este informe destaca a crescente preocupação com a situação dos direitos humanos em Cuba e pede uma ação internacional para abordar as graves violações documentadas.

Em agosto, Juan Eralys Cayamo, ex-membro da União Patriótica de Cuba (UNPACU), faleceu sob custódia policial em Santiago de Cuba na madrugada do dia 16 de agosto, após ter sido preso no dia anterior em sua residência.

O jornalista Yosmany Mayeta informou que Cayamo, conhecido como “Olugo”, foi detido pela polícia sob acusações que familiares e amigos denunciavam como falsas, especificamente por “posse de drogas”.

Segundo testemunhas, a violenta detenção ocorreu na rua 3 do bairro Veguita de Galo por volta das 18h30, quando a polícia invadiu sua casa e lhe deu vários golpes, tanto dentro da residência quanto na rua.

Após a prisão, foi transferido para a Unidade de Operações Criminais do Reparto Versalles, onde, segundo versões oficiais, faleceu de um infarto antes de ser levado a um hospital.

Em maio, os familiares de um jovem cubano de 28 anos que morreu enquanto estava sob custódia policial em uma unidade da Polícia Nacional Revolucionária (PNR) em San Juan e Martínez, na província de Pinar del Río, reclamaram justiça pelo lamentável fato.

Identificado como Luis Ángel Benítez Hernández, ele havia sido detido após colocar fogo em sua casa, com sua ex-parceira dentro.

Até o mês de fevereiro, a violência policial em Cuba tirou pelo menos 95 vidas e afetou 287 pessoas nos últimos cinco anos, segundo um estudo realizado pelo Observatório Cubano de Direitos Humanos e El Toque.

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