Mensagem emotiva do Embaixador uruguaio aos cubanos e venezuelanos

“Ninguém presenteia a liberdade. A liberdade se conquista e se reconquista, e quando se perde é algo muito doloroso”, disse Washington Abdala durante sua intervenção.


O embaixador do Uruguai na Organização dos Estados Americanos (OEA), Washington Abdala, enviou uma mensagem emotiva aos cubanos e venezuelanos que anseiam por uma mudança em direção a sociedades abertas, inclusivas e democráticas, assim como o fim dos regimes ditatoriais que mantêm o poder em seus países por meio da violência e da repressão.

“Aos venezuelanos, posso dizer o mesmo que já disse aos meus amigos cubanos, a tantos amigos que hoje encontram abrigo no território nacional do Uruguai. Apenas lhes digo que tenham fé, que mantenham a esperança. Nós também vivemos processos autoritários, autocráticos, tirânicos, despóticos e conseguimos sair”, afirmou o diplomata em uma videoconferência.

Suas palavras ecoaram no evento "Uruguai e Venezuela: Solidariedade em Tempos de Crise", realizado na semana passada no Palácio Legislativo do Uruguai, com a presença de cubanos, venezuelanos e uruguaios que se uniram para debater soluções para a crise venezuelana.

“Ninguém dá a liberdade. A liberdade se conquista e se reconquista, e quando se perde é algo muito doloroso”, disse Abdala em sua intervenção, na qual refletiu sobre o caminho trilhado pela sociedade uruguaia para sair da ditadura e forjar o arcabouço de convivência pacífica e civilizada que hoje lhes permite se orgulhar de ser um dos países referenciais na região.

Além do embaixador Abdala, os participantes puderam ouvir a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, que permanece na Venezuela reivindicando a vitória de Edmundo González Urrutia, apoiada pelos votos das últimas eleições, enquanto o presidente eleito seguiu para o exílio na Espanha neste fim de semana.

“Portanto, só lhes digo: muita fé, muita confiança, porque em algum momento surge um interstício, uma pequena janela que se amplia e o caminho se dirige para a janela total da liberdade. É preciso ter muita confiança pessoal e coletiva, além de uma forte convicção mental e emocional”, acrescentou solidário o diplomata.

Em julho de 2021, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), um órgão da OEA, condenou em um comunicado “a repressão estatal e o uso da força” durante os históricos protestos que eclodiram nos dias 11 e 12 de julho na ilha caribenha.

Em uma intervenção desse organismo, Abdala considerou que “o que está acontecendo em Cuba não permite dilações” e alertou que “o tempo corre contra a defesa dos direitos e da vida de muitas pessoas” na ilha.

Na sua condição de presidente do Conselho Permanente da OEA, o embaixador do Uruguai sublinhou que “não conhecer o que se vive em Cuba não significa que os dramáticos acontecimentos deixem de ocorrer. A realidade, tristemente, continua seu curso, não se esconde atrás de papéis, declarações ou delongas”.

“Os venezuelanos estão por todo o mundo, desesperados (...) O que acontece é a consequência dramática de um regime autoritário”, afirmou Abdala em dezembro de 2020, após o naufrágio ocorrido no Caribe venezuelano, onde perderam a vida 23 cidadãos que fugiam do regime de Nicolás Maduro.

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