Crianças cubanas residentes em Alquízar, na província de Artemisa, têm que viver a cada dia uma odisséia para ir à escola devido ao mau estado da estrada, que mais parece um pasto.
Um vídeo gravado pelo pai de uma criança mostra a via cheia de lama e água, a ponto de que algumas mães colocam seus filhos nas costas para evitar que eles caiam e se sujem.
"Primeiro dia de escola em Cuba, dizem que a frente da escola está pior," disse o internauta Ernesto Sánchez em seu perfil no Facebook.
Na gravação, é possível ver várias crianças paradas ao lado da estrada, esperando que um caminhão que se aproxima acabe de passar, porque a alguns metros à frente há tanta água parada que poderia molhá-los.
"Até a escola, assim é como temos que andar as crianças a pé e os pais, e a lama...", lamenta o autor do vídeo.
"Em frente à escola é quando é", se ouve gritar uma mulher.
A ativista política Diasniurka Salcedo Verdecia, natural de Alquízar, revelou no Facebook que a escola dessas crianças é a Ramón Emeterio Betances.
Ambas publicações geraram indignação nos internautas, que qualificam o fato como uma falta de respeito e uma vergonha do governo.
Não são poucos os que sugerem às mães que não mandem seus filhos para a escola até que o problema seja resolvido, enquanto alguns elogiam as crianças por terem tanta vontade de estudar.
"Nada serve, o ambiente que nos rodeia foi transformado em uma porcaria, todos os serviços colapsaram, vivemos pior que os índios", afirmou um habanero.
"Com água uma charca, e sem água uma pedreira de materiais de construção trabalhando ao máximo e espalhando poeira para todos os lados. Pobres crianças e funcionários que têm que ir e vir todos os dias por esse funesto aterro", lamentou um villaclareño.
Enquanto as crianças de Alquízar padecem essa realidade, o governante Miguel Díaz-Canel desejou na segunda-feira um feliz início do ano letivo "às crianças e jovens de toda Cuba", uma mensagem que recebeu a resposta indignada de vários internautas que lhe lembraram das dificuldades com que alunos e professores iniciam este período.
"Felicidades para essas crianças que hoje podem começar o ano letivo, há mães que não conseguiram comprar mochilas de 8 mil e 10 mil pesos e sapatos que custam super caros, sem mencionar a quantidade de crianças que hoje não têm nada para lanchar", alertou uma usuária.
Dias atrás, uma mãe cubana explodiu devido às más condições da escola de seu filho no novo semestre.
A mulher mostrou em um vídeo o deterioramento da sala de aula, com o teto manchado pela água das recentes chuvas que havia se infiltrado, o chão cheio de água e a porta, praticamente solta.
"Eu só tenho vontade de chorar só de saber que meu filho vai estudar aqui, porque assim que cair um palo de água, olhem, olhem aquele teto e aquele piso...", disse indignada a mulher.
"Neste mesas se furam as mãos, se rasgam os uniformes, se deterioram os livros. Duas lamparinas, a criança que tiver problemas de visão, se ferrou", acrescentou.
Outra mãe denunciou que a escola primária do seu filho, em Havana, está rodeada de águas residuais e tem um gigantesco lixão na esquina, uma área propícia para a proliferação de ratos, baratas e mosquitos.
As crianças da Escola Especial José Manuel Lazo de la Vega Quintana, em Marianao, vão às aulas em meio a um ambiente insalubre. Devem usar uma perigosa tampa de esgoto como degrau para conseguir acessar o centro e o mau cheiro chega até as salas de aula.
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