A opositora venezuelana María Corina Machado teve um diálogo com Rosa María Payá, líder do Cuba Decide e uma das figuras mais proeminentes da oposição ao regime de Cuba.
A conversa entre Machado em Caracas e Payá em Miami ocorreu ao vivo na tarde desta quarta-feira e foi transmitida por várias plataformas, alcançando um grande público.
Payá insistiu na importância da liberdade na Venezuela para a mudança política em toda a região do Caribe e da América Latina.
Machado explicou que o processo eleitoral foi um desafio porque conseguiram colocar a candidatura de Edmundo González, apesar da repressão de Nicolás Maduro, sem ter dinheiro suficiente para a campanha e sem contar com assessores para esse processo. "Foi algo realmente histórico", destacou.
"Estamos em uma fase muito complexa, pois o regime de Maduro se agarra ao poder a qualquer custo, utilizando os mecanismos mais vilões, agora perseguindo Edmundo, com um mandado de captura contra o presidente eleito. Este é o momento em que precisamos confiar em nossa estratégia robusta. Estamos unidos e vamos continuar avançando."
Um dos temas do diálogo foi a importância da liberdade individual, para que cada pessoa supere o medo do regime e defenda seu voto, mantendo-se firme na ideia de que a mudança é possível, pois não se trata de casos isolados, mas de uma multidão que deseja conduzir o país rumo à democracia.
"Não sei quanto tempo mais este processo pode levar. Podem ser dias, semanas, mas precisamos ter a convicção de que vamos vencer. Vamos chegar ao final", disse Machado.
No dia 28 de julho, quando se realizavam as eleições para a mudança de governo na Venezuela, Machado enviou uma mensagem a Payá, expressando sua convicção na vitória sobre o chavismo e sua fé em um próximo processo de transição para a democracia semelhante ao de Cuba.
"Em breve, eu sei que Cuba estará como nós, na véspera da Liberdade. Muita força! Gostaria de ter você aqui para nos abraçarmos na Venezuela amanhã, mas sei que em breve vamos te receber em uma Venezuela liberada", disse Machado.
Desde agosto, Payá tem denunciado em diversas ocasiões que Nicolás Maduro exerce terrorismo de Estado para se consolidar na presidência da Venezuela após ter cometido fraude nas eleições.
"Assim como os Castros, Maduro está usando a lei, as instituições, os juízes e as forças de segurança para exercer o terrorismo de Estado", expressou a cubana na rede social X.
Na Venezuela, o governo no poder persegue os opositores com táticas semelhantes às utilizadas pela polícia política em Cuba.
Payá convidou todos os governos da América Latina e do mundo a reconhecerem a vontade soberana do povo venezuelano, refletida nas eleições, e reafirmou o apoio dos opositores cubanos aos da Venezuela, pois a luta pela liberdade daquela terra não vai parar até o fim.
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