Rosa María Payá sobre o fraude na Venezuela: "Maduro exerce terrorismo de Estado"

A ativista denunciou que Nicolás Maduro usa a lei, as instituições, os juízes e as forças de segurança para exercer o terrorismo de Estado. Além disso, persegue os opositores com acusações inventadas.


A ativista cubana pela democracia, Rosa María Payá, denunciou nesta quarta-feira que Nicolás Maduro exerce o terrorismo de Estado para se consolidar na presidência da Venezuela após ter cometido fraude nas eleições.

Payá declarou na rede social X que Maduro quer consolidar seu golpe de Estado: “E assim como fazem os Castros, ele está usando a lei, as instituições, os juízes, as forças da ordem, para exercer o terrorismo de Estado.”

“Persegue os opositores com causas inventadas”, alertou a ativista cubana.

Payá considerou que Nicolás Maduro e Diosdado Cabello, assim como o governante cubano Miguel Díaz-Canel, ameaçam publicamente e incitam à violência contra os manifestantes.

De maneira similar às táticas utilizadas pela polícia política em Cuba, as autoridades na Venezuela estão empregando vídeos publicados nas redes sociais durante as protestas para identificar e sequestrar os manifestantes em suas casas, destacou a ativista.

“Estão anulando o passaporte de ativistas e manifestantes”, denunciou Payá, sublinhando que esta é mais uma prática comum da ditadura cubana.

É hora de que todos os governos da América reconheçam a vontade soberana do povo venezuelano, afirmou Payá, que destacou que os governos de Cuba, Irã, Rússia e China apoiam o golpe de Estado de Maduro.

“Nós, os cubanos, que lidamos com a mãe de todas as ditaduras, também queremos decidir nosso futuro. Vamos lutar pela mudança em Cuba pelo bem de toda a região”, sentenciou.

O presidente chileno, Gabriel Boric, expressou nesta quarta-feira sua forte negativa em aceitar os resultados das eleições na Venezuela, argumentando suspeitas de fraude eleitoral e violações dos direitos humanos.

“Não tenho dúvida de que o regime de Maduro tentou cometer fraude eleitoral. Se não fosse assim, teriam mostrado as famosas atas”, declarou Boric.

O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, afirmou que seu governo não reconhece Nicolás Maduro como presidente eleito, ao mesmo tempo em que questionou a transparência dos resultados apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral desse país sul-americano.

Durante uma conferência de imprensa na segunda-feira, Arévalo expressou que os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela não cumprem com os "critérios mínimos de transparência que exige uma democracia moderna".

A Organização Não Governamental (ONG) Foro Penal assegurou que na Venezuela existem detidos pelas protestas contra a proclamação de Nicolás Maduro como presidente reeleito da Venezuela, 1.102 pessoas, entre as quais estão 100 adolescentes e cinco indígenas.

Esta ONG, que lidera a defesa dos prisioneiros políticos no país sul-americano, aponta que as detenções estão distribuídas em quase todas as regiões do país, como uma demonstração da repressão exercida pelo governo após as suspeitas de fraude eleitoral, e foram verificadas de 29 de julho a 6 de agosto de 2024.

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