Capturam os supostos assassinos de um professor cubano de educação física em Holguín.

A vítima foi assassinada na madrugada da última sexta-feira.

Presuntos asesinos de profesor © Collage Redes sociales
Presuntos assassinos de professorFoto © Collage Redes sociais

Os supostos responsáveis pela morte de Gilberto Laffita, um professor de educação física assassinado na madrugada de 30 de agosto nas proximidades de sua casa durante uma tentativa de assalto na cidade de Holguín, já foram presos, segundo informou o perfil oficialista do Facebook Cazador-Cazado.

A fonte indicou que os assassinos foram capturados em apenas 48 horas e os identificou como Michel Ramírez Tamayo, Jonathan Alberto Tejeda Sánchez e Luis Miguel Peña Díaz.

Cazador-Cazado explicou que a vítima costumava sair de madrugada até a cafeteria "El Regente", na Avenida Los Libertadores, e conversar com o vigia do local.

Na noite do crime, ele tinha ido comprar leite e ao voltar para casa -muito perto dali- foi interceptado por alguns indivíduos que o ameaçaram com uma faca para que entrasse na casa e assim se apoderassem de seus bens.

Após lutar com os assaltantes, o senhor acabou sendo esfaqueado pelas costas e morreu. Embora tanto o segurança quanto os vizinhos tenham agido, os criminosos conseguiram escapar inicialmente.

A fonte oficialista se vangloriou ao apontar que a resposta das autoridades "não demorou a chegar."

O primeiro a ser preso foi Michel Ramírez Tamayo e horas depois capturaram os outros dois supostos assassinos: Jonathan Alberto Tejeda Sánchez e Luis Miguel Peña Díaz.

Cazador-Cazado aproveitou para desvincular a tragédia das festas populares que estão sendo celebradas no município.

"Não se deixe levar pelo sensacionalismo que tenta pintar uma onda de violência (na verdade, nesses dias foi a única situação desse tipo e não esteve associada às festas). O que deve prevalecer é a confiança de que jamais existirá impunidade", concluíram.

No apartado de comentários, além de celebrar a captura dos supostos assassinos, muitos internautas apontaram que, além de não estar relacionado com as festas neste caso, é um fato inegável o aumento da violência em Cuba e, em particular, em Holguín, uma das províncias que reporta mais casos de sangue.

Embora a fonte oficial não tenha identificado pelo nome a vítima, na seção de comentários vários internautas confirmaram que o falecido foi Gilberto Laffita, um professor de educação física muito querido por seus alunos e amigos, cuja morte comoveu seus parentes.

Laffita, que residia no bairro Peralta, havia trabalhado como professor de educação física no Instituto Preuniversitário Vocacional de Ciências Exatas (IPVCE) José Martí, na Escola Elementar de Arte Raúl Gómez García e no Instituto Técnico de Holguín, mais conhecido como ITH, e também vendia água perto de sua residência.

“Com muita dor, trago uma notícia devastadora. Acabei de receber a ligação de que foi assassinado no jardim de sua casa, na madrugada de hoje, o professor de educação física Gilberto Laffita, a quem carinhosamente chamávamos de Laffita. Para aqueles que estudaram na época de 94-2000, lembrarão dele”, escreveu anteriormente nas redes Yudixander Sotto.

Outra publicação, no grupo do Facebook “Revolico Holguín”, notificou que os supostos assassinos foram detidos nesse mesmo dia, o que coincide com a anotação de Cazador-Cazado.

Violência em Cuba em alta

Nos últimos dias, uma jornalista cubana compartilhou um texto em suas redes no qual criticava as sanções impostas na ilha a criminosos que cometem atos de sangue, que, em sua opinião, são muito brandas.

Iraida Calzadilla, professora de Jornalismo na Universidade de Havana, questionou por que os assassinos não recebem a pena máxima ou, pelo menos, de 30 a 40 anos de prisão.

"Elas são deixadas em 25 anos de privação de liberdade ao se considerar uma série de atenuantes, como se o crime as tivesse, como se o fato de ter ceifado uma vida tivesse qualquer justificativa", afirmou Calzadilla em um texto no Facebook que depois apagou.

A comunicadora admitiu que falava a partir da dor, pois reconheceu que em sua família foram vítimas de um assassinato, daí ter reclamado a pena máxima para esses casos e que a justiça chegue rapidamente quando as provas são irrefutáveis.

"Asesinos a los que no se les aplica ni siquiera 30 anos. Les dan 25 que terminan en 15 por 'buena conduta'. Une que les facilitan visita conjugal e outros benefícios. Ninguém me pode negar o que digo. Bem que eu sei e posso provar", afirmou.

Calzadilla apontou que aqueles que vivem a tragédia da morte de um ente querido devem enfrentar o drama com uma dor profunda que nunca diminui, e sublinhou que "ninguém tem o direito de devastar uma família".

"Peço uma condenação justa. E para os assassinos, a condenação justa não pode ser menor do que 30 anos e não deve haver reduções por supostas 'boas condutas'. Na prisão, eles podem respirar, viver e até amar. Os mortos não voltam. Eles, os assassinos, decidiram que não respirassem, que não vivessem, que não amassem. Eles decidiram que não voltariam", concluiu a comunicadora, cuja publicação foi tão viral quanto politicamente incorreta, algo que certamente determinou que ela a apagasse depois.

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