Eleva-se a 34 o número de feminicídios em Cuba no que vai do ano.

Os feminicídios ocorreram em Mayabeque e Havana.

Vehículo de Criminalística (Imagen de referencia) © Granma
Veículo de Criminalística (Imagem de referência)Foto © Granma

Plataformas feministas elevaram nesta sexta-feira para 34 o número de feminicídios no ano ao verificar como tais a morte de Saimy Hernández, na província de Mayabeque; e de Linda Nay Flores Vargas, cujo cadáver foi descoberto em um lixão de Havana há algumas semanas.

Saimy Hernández, de cerca de 40 anos e mãe de vários filhos, morreu às mãos de seu parceiro no dia 13 de agosto em um espaço público do povoado de Güines, em Mayabeque.

No caso de Linda Nay Flores Vargas, de 34 anos de idade, seu corpo foi descoberto em um aterro de Havana no dia 12 de julho passado.

A pesquisa revelou que o crime foi cometido por seu parceiro.

"Ressaltamos a situação de desaparecimento e a extrema violência exercida contra seu corpo, além da deposição de seu corpo em um lixão como amostras da violência feminicida no país", apontaram o Observatório de Gênero Alas Tensas (OGAT) e YoSíTeCreo em Cuba.

No caso de Linda Nay Flores, cujo cadáver têm circulado fotos nas redes sociais, as citadas plataformas convocaram a cidadania a não compartilhar imagens da cena do crime, porque "causa dor às famílias e naturaliza a crueldade".

O subregistro realizado pelo Observatório de Gênero Alas Tensas (OGAT) e a plataforma YoSíTeCreo em Cuba até este 23 de agosto é de 34 feminicídios, três tentativas de feminicídio, seis casos necessitando de acesso à investigação policial e dois assassinatos de homens por motivos de gênero.

Os casos que necessitam de acesso à pesquisa são: mulher adulta maior (Esperança, Villa Clara); Irma (Havana); Teresa Moliner Bosa (Havana); Tania Reyes (Santiago de Cuba); Samantha (Sami) Heredia Odrens (Santiago de Cuba); Laura Castillo Zulueta (Havana).

Além dos casos verificados, estão sendo investigados casos em Las Tunas (1), Matanzas (1), Camagüey (2) e Guantánamo (1).

Segundo dados oficiais, no ano passado em Cuba, 110 pessoas foram julgadas por feminicídio - termo que as autoridades da ilha se recusam a usar - 378 casos de violência sexual e várias mulheres ficaram com lesões após ataques de seus ex-parceiros.

A finais de julho, o governo cubano criou um sistema nacional de registro, atendimento, acompanhamento e monitoramento dos casos de violência de gênero no contexto familiar, conforme foi mencionado em uma reunião do Conselho de Ministros.

Um relatório do periódico oficialista Granma mencionou que o Sistema é composto por "25 especialistas" do Ministério do Interior e do Tribunal Supremo Popular, e que seu objetivo é desenvolver "um registro administrativo informatizado e interoperável, que utilizaria as plataformas próprias dessas instituições para a gestão dos processos penais".

A procuradora-geral da República, Yamila Peña Ojeda, indicou que a maior utilidade deste acompanhamento é servir de base de dados para “contar com informações estatísticas para a prevenção na luta contra os atos de violência de gênero.”

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