A congressista cubano-americana María Elvira Salazar exige às autoridades americanas que revoguem o visto de Manuel Menéndez Castellanos, um ex-funcionário do regime cubano que acabou de entrar no país com um visto de reunificação familiar.
Salazar enviou uma carta ao secretário de Estado Antony Blinken, com cópia a Benjamín Ziff, encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos em Havana, na qual descreve a trajetória de Castellanos como um repressão ao serviço da ditadura castrista.
"As visas americanas são para as vítimas do regime comunista em Cuba; não se supõe que sejam para o benefício dos algozes do regime", ressaltou.
A líder republicana lembrou que Menéndez Castellanos era um funcionário comunista de alto nível, que durante 10 anos esteve à frente do Partido Comunista na província de Cienfuegos e mais tarde foi deputado na Assembleia Nacional por outros 10 anos.
Também fez parte da Equipe de Coordenação e Apoio de Fidel Castro, que era composta pelos homens de confiança de Fidel e tinha a tarefa de espalhar o medo entre seus opositores e promover suas políticas cruéis.
"Viver em liberdade nos EUA é para as vítimas do comunismo, não para os opressores. As pessoas querem sair de Cuba por causa do sistema que Menéndez Castellanos trabalhou para perpetuar; ele deveria passar o restante de sua vida nesse sistema", afirmou a congressista federal republicana.
A política, filha de emigrantes cubanos, sublinhou que em seus anos como funcionária do governo cubano, o agora emigrado teve a oportunidade de denunciar o que acontecia e desertar, mas desperdiçou essa oportunidade. Por isso, não merece viver sua aposentadoria em liberdade.
"Menéndez não merece de forma alguma um visto americano, algo que dezenas de milhares de cubanos amantes da liberdade esperam há anos", acrescentou.
"Deve revogar imediatamente o visto de Menéndez Castellanos. Como trabalhou tão arduamente para defender o comunismo, deve passar a sua aposentadoria vivendo no sistema comunista. Por que permitiríamos que uma figura central do regime que lutou contra os interesses americanos obtenha um visto para se mudar para os Estados Unidos e desfrutar dos frutos da liberdade? Isso vai contra tudo o que representa os Estados Unidos", ressaltou.
No dia 15 de agosto passado, Menéndez Castellanos chegou ao país pelo Aeroporto Internacional de Miami como beneficiário de um visto de imigrante, um fato que comoveu o exílio cubano na Flórida, pois se presume que ele deve ter mentido sobre sua militância comunista na entrevista na embaixada de Havana.
Por outro lado, há milhares de emigrados em um limbo migratório e sob risco de deportação, e outros tantos na Ilha esperando o parole ou tentando sair de qualquer maneira.
Esta semana, o advogado Willy Allen indicou que uma investigação federal solicitada pelos legisladores cubano-americanos do sul da Flórida seria o melhor caminho para descobrir por que Menéndez Castellanos pôde entrar no país.
"Que os congressistas averiguem -porque tem que ser a nível federal- que os senadores averiguem: o que aconteceu aqui? O que aconteceu naquela entrevista?", declarou à America TeVe.
O advogado acrescentou que mesmo na hipótese de que ele tivesse sido destituído do cargo há 20 anos "isso não elimina o dano que causou antes de perder sua posição, nem elimina os 40 anos que esteve fazendo mal em Cienfuegos, nem elimina o dano que causou ao país, nem o dano que pessoas como ele causaram a Cuba".
Também Santiago Alpízar, advogado de Imigração e vice-presidente da Cubademanda e Cubapressão ID, entidades que denunciam as violações dos direitos humanos na ilha, apoia o pedido de uma investigação federal.
Por sua parte, o projeto Repressores Cubanos -da Fundação para os Direitos Humanos em Cuba- colocou na lista negra de repressores de colarinho branco Menéndez Castellanos.
"Que desculpa pode dar o presidente Biden e a vice-presidente Harris enquanto mantêm famílias cubanas divididas e em um limbo legal, enquanto concedem vistos a algozes e capangas do regime de Castro?", questiona também o congressista Mario Díaz-Balart.
Paralelamente, o Instituto Patmos, com sede em Washington, qualificou de alarmante o aumento da entrada nos Estados Unidos de "responsáveis do sistema comunista em Cuba", enquanto muitos casos de vítimas na Ilha não têm acesso a um programa de refugiados, que está parado há anos.
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