Denunciam a detenção arbitrária do escritor Jorge Fernández Era e da acadêmica Alina Bárbara López.

O laboratório de pensamento cívico CubaXCuba condenou a criminalização do dissenso e a “violação dos direitos constitucionais à manifestação pacífica de Alina e Jorge”.

Jorge Fernández Era y Alina Bárbara López Hernández © Facebook/Alina Bárbara López Hernández
Jorge Fernández Era e Alina Bárbara López HernándezFoto © Facebook/Alina Bárbara López Hernández

Os intelectuais cubanos Jorge Fernández Era e Alina Bárbara López Hernández voltam a ser vítimas do assédio da Segurança do Estado (SE), após terem sido detidos, indistintamente, por esse órgão repressivo, neste domingo, conforme informaram nas redes sociais.

"O escritor Jorge Fernández Era se encontra em paradeiro desconhecido após ser detido na manhã deste domingo pela Segurança do Estado e oficiais da Polícia Nacional Revolucionária, ao sair de sua casa em Havana. A detenção ocorreu ao anunciar no Facebook que realizaria no dia 18 de agosto uma protesto pacífico em frente ao monumento de José Martí, no Parque Central", informou o meio independente La Hora de Cuba.

Captura de Facebook/La Hora de Cuba

Enquanto a acadêmica Alina Bárbara foi detida após se manifestar diante da sede do Partido Provincial de Matanzas em solidariedade com Fernández Era, e se encontra na Estação de Polícia de La Playa, nessa cidade, afirmaram a partir do perfil da intelectual no Facebook.

Embora não tenham conseguido garantir as causas da detenção de Alina Bárbara, familiares apontaram para uma “violação de sua reclusão domiciliar”.

Captura do Facebook/Alina Bárbara López Hernández

Horas antes de manifestar-se, a acadêmica havia indicado em seu perfil que havia se comunicado com Laideliz Herrera Laza, a esposa de Jorge Fernández Era, e “a esta hora ela nem sequer sabe onde o têm retido, pois evidentemente não lhe permitiram fazer uma chamada para tranquilizá-la”.

Além disso, ele havia advertido que “se em uma hora não o soltarem, vou me deitar na entrada da sede do Comitê Provincial do Partido de Matanzas, que dizem que é o que orienta e está acima da sociedade e do estado”.

O laboratório de pensamento cívico CubaXCuba condenou a criminalização do dissenso e a "violação dos direitos constitucionais à manifestação pacífica de Alina e Jorge, em que incorre o Estado cubano e suas forças repressivas".

De igual maneira, exigiram “a imediata liberação de ambos os intelectuais, acosados pela Segurança do Estado em aberta violação até mesmo da própria legislação cubana”.

Nos dias 18 de cada mês, a intelectual, junto com outros ativistas cubanos, se manifestava pacificamente. Ela fazia isso desde 18 de março de 2023 no Parque da Liberdade de Matanzas, para protestar contra a situação repressiva que vive Cuba.

Escolheu essa data em homenagem à Protesta dos Treze, ocorrida em 18 de março de 1923, na qual igual número de intelectuais jovens cubanos se manifestou contra a corrupção governamental do Governo da Ilha.

No entanto, o regime cubano tem visto de maneira negativa essa manifestação e buscado, por todos os meios, impedi-la, inclusive recorrendo à repressão contra os manifestantes.

O que você acha?

COMENTAR

Arquivado em:


Você tem algo a reportar? Escreva para a CiberCuba:

editores@cibercuba.com +1 786 3965 689