Denunciam o assédio da Segurança do Estado ao escritor Jorge Fernández Era

O intelectual Jorge Fernández Era foi impedido pela Segurança do Estado de sair de sua residência neste domingo.


O intelectual e escritor Jorge Fernández Era volta a ser vítima de assédio por parte da Segurança do Estado (SE), sendo forçado a cumprir prisão domiciliar neste domingo, conforme informaram organizações defensoras dos direitos humanos em Cuba.

Três oficiais do Ministério do Interior impedem que Fernández saia de sua residência, alegando que “ele está em prisão domiciliar”, informou o Cuba X Cuba no Facebook.

Captura do Facebook / Cuba x Cuba

Ele, também humorista, relatou à professora Alina Bárbara López Hernández, durante uma ligação, que enquanto se preparava para comprar alimentos com sua esposa, a poeta Laideliz Herrera Laza, foram detidos por dois oficiais da polícia e um da SE, este último à paisana.

Fernández tentou seguir seu caminho, mas os repressivos tentaram “forçá-lo a entrar no carro da patrulha”, denunciou o Cuba X Cuba.

O embate continuou até que o agente civil disse que "não o conduziriam se ele voltasse para casa", destacou a organização, evidenciando a violação dos direitos humanos do intelectual cubano.

Ambos retornaram à casa onde permanecem isolados e sem acesso à internet, indicou a denúncia, expôndo outro episódio de repressão contra a população civil cubana, poucos dias após o governante Miguel Díaz-Canel afirmar que eventos dessa natureza não ocorrem na ilha.

Até agora, Fernández não foi condenado por nenhum tribunal e, pelo contrário, apresentou inúmeras queixas ao Ministério Público pela flagrante violação de seus direitos civis.

Da mesma forma, expressou sua insatisfação a Rogelio Polanco, chefe do Departamento Ideológico do Comitê Central do Partido, e à Uneac. No entanto, em ambos os casos, não recebeu qualquer resposta.

A diretoria da organização Cuba X Cuba, da qual Fernández é colaborador, condenou esta nova violação dos direitos de um cidadão honesto, alertando que “se soma a muitas outras perpetradas pelas forças do Estado/Partido/Governo cubanos”.

Da mesma forma, exigiram que as autoridades desistissem da violência e do assédio, alegando que “violate os direitos garantidos na Constituição”.

No entanto, o assédio ao escritor cubano começou neste sábado, quando ele próprio denunciou no Facebook que dois oficiais da SE o advertiram de que não deveria sair de casa.

Captura do Facebook / Jorge Fernández Era

“Me avisam que me conduzirão se eu tentar sair hoje em direção ao Parque Central. Eu farei isso em algum momento do dia, quaisquer que sejam as consequências, me levem aonde me levarem, me acabem onde me acabarem, me acusem do que me acusarem. Não os temo”, disse o ativista em sua publicação.

Em 2023, mais de cem artistas e humoristas se solidarizaram com Fernández e denunciaram que ele era alvo de um ataque injusto por parte da SE, que o puniu por suas colaborações com meios independentes.

O reconhecido ator e humorista cubano, Osvaldo Doimeadiós, enviou uma mensagem demonstrando sua solidariedade e disposição para ajudar na difícil situação pela qual estava passando naquele momento.

VER COMENTÁRIOS (1)

Arquivado em: