A cubana Yulenmis Aguilar chega à final do lançamento de dardo pela Espanha.

Yulenmis Aguilar se classifica para a final de lançamento de dardo em suas primeiras Olimpíadas representando a Espanha.

La hispano-cubana Yulenmis Aguilar © Instagram/Yulenmis Aguilar
A hispano-cubana Yulenmis AguilarFoto © Instagram/Yulenmis Aguilar

A atleta hispano-cubana Yulenmis Aguilar, que reside em A Coruña, Galícia, há quatro anos, conseguiu garantir uma vaga na final de lançamento de dardo dos Jogos Olímpicos de Paris, que ocorrerá no próximo sábado.

Aguilar conseguiu a melhor marca fora da classificação direta, fixada em 62 metros exatos, com um lançamento inicial de 61,95 metros, suficiente para obter a nona melhor referência e avançar para a final que será disputada neste sábado às 19h30 (hora local).

Na classificatória, realizada no Stade de France, Aguilar competiu no grupo B. O grupo A viu apenas três lançadoras superarem os 62 metros necessários para garantir um lugar na final.

Aguilar começou sua série com duas competidoras, a japonesa Kitaguchi e a polonesa Andrejczyk, superando o requisito na sua primeira tentativa.

Yulenmis, a novena a lançar, ficou a escassos centímetros de se juntar a elas, registrando 61,95 metros, a melhor marca entre as que não conseguiram a passagem direta. Essa atuação inicial a colocou em uma boa posição, superada apenas pela colombiana Flor Ruiz na primeira rodada.

Na segunda rodada, Aguilar não conseguiu melhorar sua marca inicial, registrando um lançamento de 58,35 metros. Apenas a croata Kolak conseguiu superá-la nessa rodada, garantindo seu lugar na final.

Apesar disso, a lançadora cubano-espanhola mantinha esperanças de melhorar sua posição e se aproximar de sua melhor marca da temporada, de 63,90 metros, alcançada em fevereiro. No entanto, sua última tentativa ficou em 59,92 metros.

Aguilar teve que esperar pacientemente enquanto as demais competidoras completavam seus lançamentos, mas nenhuma delas conseguiu superá-la, o que confirmou sua passagem para a final como a melhor marca fora da classificação direta.

De expulsa da seleção cubana a esperança olímpica da Espanha no lançamento de dardo.

Yulenmis Aguilar, que foi expulsa da seleção nacional há quase seis anos, afirmou em uma entrevista à agência Efe em abril que a Espanha lhe abriu as portas que em seu país lhe fecharam.

A jovem de 27 anos e natural de Bayamo, província de Granma, afirmou que ama a Espanha tanto quanto amou Cuba esportivamente em seu momento.

"Incluso amo um pouco mais a Espanha porque me abriu as portas que em Cuba se fecharam para mim, já que me deixaram de fora da seleção sem nenhuma explicação. Se eles não quiseram que eu os representasse, na Espanha encontrei o carinho", ressaltou.

A deportista chegou à Espanha no final de dezembro de 2020 com um visto de trabalho que era válido até este 2024, mas pelo caminho lhe foi concedida a nacionalidade.

Aguilar reside no município de Oleiros, situado na província da Corunha, na Galícia, mas continua indo de férias para a ilha, onde permanecem sua esposa e toda a sua família.

Yulenmis não representa Cuba em um torneio de Atletismo desde os Centro-Americanos de Barranquilla (Colômbia) em 2018, onde ganhou bronze. Foi então que as autoridades cubanas a tiraram da seleção.

"Me ligaram e me disseram que não contavam comigo para a próxima temporada e decidi deixar", relatou em uma ocasião.

Em 2021, disputou oito competições, seis na Espanha e duas em Portugal, das quais ganhou sete. Em 2022, superou todas as suas marcas anteriores ao chegar até os 64,17 metros no Campeonato da Espanha ao ar livre em Nerja, Málaga.

Foi então que começou sua relação com a Federação Espanhola de Atletismo. O Governo de Pedro Sánchez lhe concedeu a nacionalidade em abril de 2024 para que pudesse competir nos Jogos Olímpicos de Paris.

Seu treinador é o veterano Raimundo Fernández, que o ajuda a aperfeiçoar a técnica e a alcançar uma forma física ótima, após um ano sem competir devido a lesões e a sofrer de depressão.

Seu caminho não tem sido fácil porque tem sido repleto de lesões, especialmente em um ombro, que desloca continuamente devido a um problema genético, mas lá está ela, pronta para disputar uma final olímpica no próximo sábado.

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