Campeã olímpica ucraniana dedica medalha de ouro aos cerca de 500 atletas mortos após invasão russa.

Yaroslava Mahuchikh também expressou sua decepção pelo silêncio mantido pelos poucos atletas russos que competem sob bandeira neutra em Paris. "Eles não disseram nada contra essa guerra", lamentou.

Yaroslava Mahuchikh celebra su victoria © X / @kristovaga
Yaroslava Mahuchikh celebra sua vitóriaFoto © X / @kristovaga

A recente campeã olímpica de salto em altura, a ucraniana Yaroslava Mahuchikh, dedicou sua medalha de ouro aos cerca de 500 treinadores e atletas falecidos desde o início da invasão russa em seu país.

Mahuchikh, de 22 anos e originária de Dnipro, triunfou na competição com um salto de 2,00 metros durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024, um mês depois de estabelecer um novo recorde mundial com uma marca de 2,10 metros.

“Em meu país, os russos mataram pessoas e quase 500 atletas morreram nesta guerra e nunca competirão, celebrarão ou sentirão esta atmosfera. Então estou feliz com a medalha de ouro; é realmente para todos eles,” declarou a campeã.

A atleta também aproveitou a ocasião para instar os atletas russos a se pronunciarem contra a invasão de seu país. Segundo a AFP, Mahuchikh expressou sua decepção pelo silêncio mantido pelos poucos atletas russos que competem sob bandeira neutra em Paris. "Eles não disseram nada contra esta guerra", comentou, destacando que o espírito olímpico deve promover a paz e condenar a violência.

Em Paris, apenas 15 atletas russos foram autorizados a competir, mantendo um perfil baixo. Por exemplo, a tenista russa Diana Shnaider evitou falar de política após ganhar a medalha de prata em duplas femininas com sua colega Mirra Andreeva, limitando-se a dizer: "Estou aqui para falar de tênis".

Mahuchikh, que também é a atual campeã mundial de salto alto, considera "terrível" que a Rússia tenha ignorado o conceito de trégua olímpica ao continuar suas operações militares na Ucrânia.

Sua recente vitória e a dedicação de sua medalha ressaltam o componente político de seu triunfo, especialmente na ausência da defensora do título olímpico, a russa Mariya Lasitskene, que não pôde competir devido à exclusão de atletas russos pela federação internacional de atletismo.

Em relação às suas aspirações futuras, Mahuchikh planeja continuar competindo até bem entrada a casa dos trinta, com a meta de superar os 2,11 ou 2,12 metros, e continuar quebrando recordes mundiais. "Sempre há margem para melhorar", afirmou com determinação.

Seu gesto se une ao da esgrimista ucraniana Olga Kharlan.

O gesto de Mahuchikh se soma ao da esgrimista Olga Kharlan, que também dedicou a medalha de bronze obtida em Paris a todos os atletas ucranianos que morreram na guerra desde a invasão iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.

A atleta ucraniana, que conquistou sua quinta medalha olímpica, manifestou sua paixão pelo seu país ao término da competição: "Ucrânia, nós te amamos, isso é para você, querida, isso é para você", captaram as câmeras gritando após vencer a dramática luta.

"Esta é uma mensagem para todo o mundo: a Ucrânia nunca se renderá", sublinhou Kharla, segundo cooperativa.cl.

Kharlan, de 33 anos, perdeu sua luta de semifinais contra a francesa Sara Baltser e estava perdendo 5-11 para a esgrimista sul-coreana de 23 anos Choi Sebin na disputa pelo bronze, antes de conseguir mudar o rumo e triunfar com o placar de 15-14 ontem, segunda-feira.

A espadachina, ao ser questionada de onde tirou "a força" para conquistar a medalha em um duelo que se tornara adverso, fez alusão à sua origem: "Sou ucraniana. Temos força, sempre a teremos. Sempre lutaremos", disse Kharlan.

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