Um turista mexicano compartilhou com seus seguidores no TikTok aquelas experiências que afirma ter alterado sua "química cerebral" durante uma viagem a Cuba, e sua publicação se tornou viral, alcançando nada menos que 4,2 milhões de visualizações em apenas dois meses.
No listado proposto figura uma ampla gama de situações que desconcertaram o viajante: desde um hotel cinco estrelas onde havia um elevador quebrado ou faltavam pratos até uma sorveteria com apenas um sabor ou que não havia Coca Cola à venda.
A publicação -feita pelo usuário “Eisvin”- também citou seu desconforto por não poder baixar aplicativos, ir em pé no ônibus para o aeroporto de Varadero e, acima de tudo, ver muita propaganda política em toda parte, cartazes do estilo: “Socialismo ou morte” ou "Aqui ninguém se rende".
Outros elementos que chamaram sua atenção foram que nos hotéis tocassem música e danças russas, porque são os turistas mais numerosos, que um coco custe um dólar, ou que não se pudesse pagar em pesos cubanos no aeroporto.
Na parte positiva de sua experiência, ele mencionou as lindas praias e pôr do sol.
No apartado de comentários da publicação, outros turistas se identificaram com várias das experiências citadas e mencionaram outras, como ter vivido apagões na pele ou ver muito lixo na rua a cada passo.
"A frase 'Socialismo o Morte' explica literalmente o que se vive em Cuba desde 1959"; "O que o socialismo toca, destrói"; "Isso é o comunismo e socialismo. Obrigado por compartilhar a realidade do cubano comum", escreveram três internautas que coincidiram em apontar o sistema político imperante em Cuba como a causa primeira da crise perene na qual a ilha está ancorada.
Alguns residentes na Venezuela disseram se sentir muito identificados com muitas dessas experiências, embora não faltassem aqueles que afirmaram que, pelo que parece, Cuba está até pior do que o país sul-americano.
No que diz respeito à Coca Cola, alguns argumentaram que sim é possível encontrar a popular bebida americana em certos lugares da ilha.
"A verdade sobre meu país; e isso que você com certeza não foi para os bairros dos verdadeiros cubanos... Onde não há luz, comida, água, enfim, não há vida", concluiu com amargura um cidadão de origem cubana.
Turismo cubano em crise
O turismo não conseguiu se recuperar em Cuba após a pandemia, embora o governo pretenda fazer crer que o setor está decolando.
No final de abril, o ministro do Turismo de Cuba assegurou que foi alcançado o milhão de visitantes no primeiro trimestre e anunciou que o objetivo estabelecido para este ano é de três milhões.
No início de julho, o regime assegurou que 1,8 milhões de visitantes chegaram à ilha entre janeiro e junho.
Por outro lado, Havana tem sentido mais a crise, já que várias companhias aéreas reduziram seus voos e continuam apenas viajando para destinos turísticos como Varadero e os Cayo.
Uma das causas desse decréscimo é a má qualidade dos serviços hoteleiros no país, que tem gerado inúmeras reclamações e até denúncias em tribunais internacionais.
Este ano, uma blogueira russa relatou que esteve 16 dias no hotel cinco estrelas de Varadero Iberostar Laguna Azul, após o que decidiu que não voltará a Cuba devido à "indiferença dos locais e à falta de vontade de se esforçar e fazer algo".
O governo teve que reconhecer os problemas no setor turístico, como a insuficiente conectividade aérea, impagos a fornecedores que interrompem a cadeia de suprimentos, dificuldades para acessar o mercado internacional e falta de pessoal para trabalhar nas instalações.
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