EUA e Rússia realizam maior intercâmbio de prisioneiros desde a Guerra Fria.

Entre os liberados estão figuras destacadas como o jornalista americano do 'Wall Street Journal', Evan Gershkovich, o opositor russo Vladimir Kara-Murza e o jornalista espanhol Pablo González.

Joe Biden y familiares de presos políticos © The White House/X
Joe Biden e familiares de presos políticosFoto © A Casa Branca/X

Estados Unidos e Rússia realizaram nesta quinta-feira a maior troca de prisioneiros desde os tempos da Guerra Fria, um evento histórico facilitado pela mediação da Turquia.

Entre os liberados estão figuras destacadas como o jornalista americano do 'Wall Street Journal', Evan Gershkovich, o opositor russo Vladimir Kara-Murza e o jornalista espanhol Pablo González.

O presidente Joe Biden qualificou o fato como uma "hazaña da diplomacia", ao mesmo tempo em que agradeceu a seus aliados Alemanha, Polônia, Eslovênia, Noruega e Turquia pelas "negociações difíceis e complexas" para conseguir a libertação de 24 prisioneiros ao todo, incluindo dois menores.

"No total, negociamos a liberação de 16 pessoas da Rússia, incluindo cinco alemães e sete cidadãos russos que eram presos políticos em seu próprio país", afirma um comunicado da Casa Branca.

Segundo confirmaram a Casa Branca e o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB), Moscovo libertou 16 pessoas: três cidadãos americanos e um prisioneiro com residência legal nos Estados Unidos, além de cinco alemães e sete russos, muitos dos quais estão próximos do líder da oposição Alexei Navalni.

Estados Unidos e seus aliados, por sua vez, soltaram outras oito pessoas que foram levadas para a Rússia, junto com dois menores, o que eleva o número total de liberados para 26.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, desempenhou um papel crucial na coordenação deste intercâmbio, sublinhando a importância de manter canais de comunicação abertos entre Washington e Moscou, destaca o texto.

Este câmbio foi visto como um gesto significativo em meio às tensas relações atuais entre ambas as potências.

Evan Gershkovich, jornalista do 'Wall Street Journal', havia sido preso na Rússia sob acusações de espionagem, o que gerou uma ampla condenação internacional e pedidos de sua liberação por parte de organizações de direitos humanos e meios de comunicação.

Vladimir Kara-Murza, um conhecido crítico do Kremlin e defensor dos direitos humanos, enfrentou múltiplas prisões e encarceramentos devido ao seu ativismo político e sua oposição aberta ao governo russo. Sua inclusão na troca é vista como uma vitória importante para os defensores da liberdade de expressão e dos direitos humanos.

O jornalista espanhol Pablo González também foi liberado neste intercâmbio. González havia sido detido na Polônia sob suspeitas de espionagem a favor da Rússia, um caso que havia atraído a atenção midiática e diplomática entre a Espanha e a Polônia.

"Não vou parar de trabalhar até que todos os americanos detidos injustamente ou feitos reféns em todo o mundo se reúnam com suas famílias", disse Biden em um comunicado divulgado pela Casa Branca.

Sua administração conseguiu libertar 70 americanos, muitos dos quais estavam em cativeiro desde antes de ele assumir o cargo.

A operação, que está a cargo da Organização Nacional de Inteligência da Turquia, inclui pessoas provenientes de prisões de sete países: Estados Unidos, Alemanha, Polônia, Eslovênia, Noruega, Rússia e Bielorrússia.

Vários aviões se mobilizaram para trasladar os prisioneiros. Entre eles, duas crianças foram levadas para a Rússia.

A maioria dos prisioneiros russos liberados por Moscou estava próxima do recentemente falecido opositor Alexei Navalni, que morreu enquanto cumpria uma pena de 30 anos de prisão na Rússia.

O que você acha?

COMENTAR

Archivado em:


Você tem algo a reportar? Escreva para a CiberCuba:

editores@cibercuba.com +1 786 3965 689