O mandatário venezuelano Nicolás Maduro ameaçou desencadear uma guerra civil e culpou os Estados Unidos pela crise no país após as denúncias de que ele roubou as eleições do último domingo.
"Não me hesitarei em convocar o povo a uma revolução com outras características", disse ameaçador em cadeia nacional.
Surpreso com a crescente indignação dos venezuelanos após Maduro declarar-se vencedor das eleições de domingo, quando as atas divulgadas pela oposição indicam que ele perdeu por 30 pontos contra o candidato Edmundo González, o representante do regime chavista ameaçou: "Não gostaríamos de recorrer a outras formas de fazer revolução".
"Eu digo solenemente, desde o poder político, queremos continuar no caminho que Chávez traçou", disse, e culpou o "imperialismo norte-americano e os criminosos fascistas" pela crise na Venezuela.
Agregou que "eu não nasci no dia dos covardes" e que "se o império quer avançar em seu plano criminoso, nós defenderemos nossa pátria".
O clima político na Venezuela se tornou mais tenso após a proclamação de Maduro como vencedor das eleições presidenciais.
Em 29 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral, uma autoridade chavista, anunciou que Maduro havia sido reeleito, um resultado que imediatamente desencadeou protestos e rejeição por parte da oposição e de uma parte significativa da população.
Enquanto isso, a líder da oposição María Corina Machado se pronunciou em uma coletiva de imprensa e afirmou que o verdadeiro vencedor era Edmundo González, após o que publicou 76 por cento das atas da votação.
A contagem deles, que pode ser consultada em um site público, mostra que Nicolás Maduro recebeu 2.759.256 votos, enquanto González obteve 6.275.182 votos, com o adicional de ganhar em todos os estados que compõem a nação sul-americana.
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