Filho de Nicolás Maduro diz que se perderem as eleições deixarão o poder.

O filho do presidente da Venezuela é deputado do estado La Guaira da Assembleia Nacional pelo partido oficialista PSUV.

Nicolás Maduro Guerra © X/Nicolás Maduro Guerra
Nicolás Maduro GuerraFoto © X/Nicolás Maduro Guerra

“Se Edmundo ganhar, entregamos e seremos oposição, pronto” disse ao meio espanhol El País Nicolás Maduro Guerra, filho do presidente da Venezuela e deputado do estado La Guaira da Assembleia Nacional pelo partido oficialista PSUV, em uma conversa na qual parecia fechar facilmente uma fórmula.

Venezuela, controlado por Nicolás Maduro, anunciou as eleições presidenciais para o próximo 28 de julho, evocando as "mega eleições" do ano 2000.

Com esta convocatória, o mandatário busca sua segunda reeleição por mais seis anos, apesar de uma popularidade em declínio.

“Nós vamos ganhar, eu te reafirmo”, disse o único filho do presidente, reafirmando uma confiança nas pesquisas que eles reconhecem.

Às eleições deste domingo, 28 de julho, estão convocados mais de 21 milhões de cidadãos para votar tanto no país quanto no exterior. O presidente Maduro, candidato pelo oficialismo, aparece em 13 cartões representando diferentes organizações políticas que apoiam sua candidatura.

No entanto, apenas 69.211 venezuelanos no exterior estão habilitados para votar, o que representa uma pequena fração dos aproximadamente oito milhões que emigraram, de acordo com dados da ONU. As barreiras governamentais são as principais causas dessa situação.

O concorrente com maiores possibilidades é Edmundo González Urrutia, representante da oposição majoritária.

A este candidato opositor o respalda sua destacada trajetória profissional que se iniciou no Ministério de Relações Exteriores da Venezuela. Foi Embaixador na Argélia (1991-1993) e na Argentina (1998-2002). Apesar disso, era um desconhecido para a maioria dos venezuelanos até pouco tempo atrás.

O apoio da líder oposicionista María Corina Machado fortaleceu sua candidatura e o transformou em um rival viável, que pode pôr fim a mais de duas décadas de chavismo.

O filho do atual presidente insistiu ao El País que quando o chavismo não ganha, sempre aceita. “A história comprovou que no dia em que nós não ganhamos, nós reconhecemos. Sempre, todas as eleições, cada uma”.

“Acredito que no dia 29 de julho deve amanhecer um país primeiro em paz. Seja qual for o resultado, e te digo isso com toda a responsabilidade, seja qual for o resultado. Nós contamos que vamos ganhar”, expressou Maduro Guerra.

O chavismo governa na Venezuela há 25 anos. Primeiro, com a vitória democrática de Hugo Chávez em 1999 e depois, após a morte deste em 2013, seu sucessor, Maduro, ganhou a presidência por uma margem estreita e adotou políticas mais autoritárias.

Esta eleição se apresenta com as que têm maiores possibilidades de um candidato da oposição, embora Maduro tenha feito várias ameaças caso não consiga a vitória.

Em fevereiro passado, afirmou que nestas eleições presidenciais sua equipe vai ganhar "pelo bem ou pelo mal".

Suas manobras impediram a ex-deputada María Corina Machado, principal figura da oposição, de se apresentar como candidata devido a uma proibição de exercer cargos públicos por 15 anos imposta pela Controladoria em 2015 e ratificada pelo Tribunal Supremo em janeiro.

Enquanto isso, nessas datas, anteriores ao dia da eleição, diversos vetos foram impostos para que observadores que apresentaram posições inconvenientes para o regime renunciassem à sua qualidade de observadores.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, revelou há alguns dias que ficou assustado ao ouvir Maduro dizer que, se perder as eleições do próximo domingo na Venezuela, haverá "um banho de sangue" em seu país.

O mandatário brasileiro contou que falou duas vezes com Maduro e o advertiu que "se quiser contribuir para resolver o problema do crescimento da Venezuela e o retorno dos que foram, tem que respeitar o processo democrático".

Lula esclareceu que, na democracia, "quem perde recebe um banho de votos, não um banho de sangue", e que "Maduro tem que aprender que quando se ganha fica, e quando se perde vai embora e se prepara para outras eleições".

Na opinião do líder do Partido dos Trabalhadores, as eleições de domingo serão "a única oportunidade" para que a Venezuela "volte à normalidade" e que o país se reintegre à comunidade regional e internacional.

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