A empresa Aguas de La Habana informou que a capital continua com problemas de abastecimento de água após a avaria que destruiu a condutora e que atribuíram a uma queda de energia ocorrida na tarde-noite do domingo.
Nesta terça-feira, a empresa estatal emitiu uma nota informativa na qual detalhou os trabalhos realizados para solucionar a avaria e os municípios habaneros que ainda se encontram afetados pela mesma.
“A empresa Aguas de La Habana informa aos usuários residentes no centro e sul da cidade que, na tarde-noite de ontem, o serviço da fonte de abastecimento Cuenca Sur foi restabelecido, após a brigada da base de Grandes Condutores ter trabalhado em tempo recorde nas três avarias no campo de poço”, indicou a entidade no Facebook.
No entanto, a empresa reconheceu que "o sistema começa a restabelecimento com um déficit importante em relação aos equipamentos de bombeamento, o que faz com que a fonte de abastecimento demore mais para se equilibrar".
Em um estilo digno das notas informativas da União Elétrica (UNE), com as quais os leitores se atolam entre cifras e explicações abstrusas, Aguas de La Habana detalhou os problemas que deixaram cinco poços com seus equipamentos de bombeamento avariados.
O manual de estilo da confusão tem se mostrado um acerto para deixar as vítimas do colapso dos serviços básicos (como o fornecimento de eletricidade e o abastecimento de água) em um marasmo paralisante de dados.
Aqui está um exemplo: segundo Aguas de La Habana, na segunda-feira “era o momento de fortalecer” os municípios de Centro Habana e Habana Vieja. “Mas, apesar de ter recebido serviço na noite anterior [da segunda-feira], não foi tão efetivo quanto se esperava devido à situação dos equipamentos quebrados”.
“Hoje [terça-feira] corresponde novamente ao serviço, mas é o dia que coincide com o bombeamento de Diez Octubre, que está em um terceiro dia e o consumo é maior.” Alguém entendeu? Ficou claro o volume de água fornecida? Foi mencionado o volume de água potável que os municípios mencionados consomem diariamente?
Mas as afecções se estendem também ao município Plaza, onde, segundo a empresa estatal, “começou a recuperação do serviço hoje [terça-feira] às 4:00 horas, mas, devido ao déficit existente por equipamentos de bombeamento, a afecção ao serviço se mantém nos pontos altos de cada circuito”. Novamente, quais são esses pontos altos de cada circuito, quantos usuários se localizam neles?
Por último, o município Cerro também apresenta incidências no serviço de água. A explicação neste caso é ainda mais rocambolesca.
"Começou a recuperação do serviço hoje [terça-feira] às 10:00 horas, mas, devido à quantidade insuficiente de equipamentos de bombeamento, a afetação ao serviço permanece nos pontos altos de cada circuito. Recebe serviço diário e as maiores incidências se concentram nas áreas que recebem por gravidade, [às quais] é dado acompanhamento a cada turno."
Pois é. Um apagão provocou uma explosão em três pontos de uma tubulação, deixou metade de Havana sem água... e os responsáveis pela Aguas de La Habana sem justificativas nem vergonha.
A finais de junho, as autoridades cubanas enviaram um caminhão-pipa de água escoltado pela Polícia para um bairro de Havana Velha, onde a população saiu às ruas para protestar, após mais de 10 dias sem acesso ao líquido.
Várias horas depois da protesto, o Conselho de Administração Municipal do território informou que o problema havia sido resolvido com um caminhão-pipa que enviaram para o local.
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