Um jovem cubano reclamou da falta de abastecimento de água que a população de La Reforma, no município especial da Ilha da Juventude, está enfrentando, já que não chega água corrente há quase uma semana.
Um vídeo compartilhado pelo usuário do X @DiazVismar38292 permitiu amplificar a denúncia feita pelo jovem, que explicou a situação enfrentada pelos quase 1.800 habitantes que, segundo EcuRed, compõem a população de La Reforma.
“Estamos há quatro dias sem água. Olha como está a água, o que estamos bebendo. Isso não é mentira, isso é aqui no povoado de La Reforma. Essa é a água que estamos bebendo dos poços que estamos enchendo”, disse o jovem, mostrando a água suja armazenada em alguns recipientes no pátio da casa.
No final de fevereiro, o governante Miguel Díaz-Canel visitou a Ilha da Juventude e conheceu a crítica situação enfrentada por seus habitantes com o abastecimento de água. Um relatório do Noticiero da televisão oficialista celebrou que “a população terá uma sensível melhora com a chegada àquele território de cinco bombas que beneficiarão a mesma quantidade de comunidades”.
A Ilha da Juventude conta com 15 reservatórios e uma capacidade total de armazenamento aproximada de 230 milhões de metros cúbicos de água. Segundo o portal isladelajuventud-cuba.com, a maioria desses reservatórios tem o objetivo de garantir o irrigação das áreas agrícolas, a criação de peixes e alguns para o abastecimento de água à população e estações de alevinagem.
No final de abril, o delegado de Recursos Hídricos na Ilha da Juventude, Ihosvany Juliá, afirmou que se trabalhava “arduamente” para garantir o fornecimento de água aos 83 mil 583 habitantes do território, apesar da seca.
Segundo o portal redisla.gob.cu, o funcionário comentou que 96,1 por cento (%) da água é fornecida através da rede de aqueduto — equivalente a 80 mil 343 pessoas — enquanto 1,9 % se beneficia desse serviço público por meio de caminhões-tanque.
Além disso, apontou que -como parte do programa de mudança da matriz energética do Instituto Nacional de Recursos Hídricos (INRH)- foram colocados no município dois sistemas de bombeamento com painéis solares fotovoltaicos e, no futuro, serão instalados mais 24, a fim de fortalecer esse tipo de infraestrutura que assegura o serviço de água desde fontes naturais até a zona rural.
Para essas datas, os reservatórios acumulavam 147,8 milhões de metros cúbicos de água, o que representava 64% da capacidade total de armazenamento no território. Desses 13 reservatórios, La Guanábana estava afetada por uma seca total e La Fe estava abaixo de 25% de sua capacidade total de enchimento.
Segundo explicou Juliá, o território estava enfrentando uma seca significativa. Em abril, as precipitações na Ilha da Juventude foram de 32,8% da média histórica, com apenas 17 milímetros de chuva. Desde novembro até abril, as precipitações representaram 47% da média histórica para o período.
A finais de maio, o presidente do INRH, Antonio Rodríguez Rodríguez, reconheceu que cerca de 700.000 pessoas em Cuba não recebiam água diariamente devido aos apagões, uma vez que o setor hidráulico é o segundo maior consumidor de energia elétrica, depois da demanda da população.
O executivo qualificou a distribuição de água potável como "uma situação muito complexa", apontando como responsáveis os constantes cortes de eletricidade, que ele denominou de "contingência energética".
Embora o número de pessoas que não têm serviço diário de abastecimento de água devido aos apagões seja alarmante, apenas metade da população cubana recebe o líquido precioso de maneira estável, enquanto o restante não o recebe por diversas causas, como a seca, a falta de rede de distribuição, quebras, a corrupção, entre outras.
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