Régimen cubano exige "imediata expulsão" de campeão olímpico em equipe de refugiados de Paris 2024

Cuba alega que não está contra que atletas que vivem fora competem representando esses países, mas não como parte da equipe de refugiados.

Fernando Dayán Jorge © Fernando Jorge E / Twitter
Fernando Dayán JorgeFoto © Fernando Jorge E / Twitter

O regime cubano exigiu a "expulsão imediata" do campeão olímpico de canoagem Fernando Dayán Jorge da equipe de refugiados que participará das Olimpíadas de Paris 2024.

Fernando Dayán, que abandonou uma delegação cubana no México em 2022 e atualmente reside em Miami, faz parte da Equipe Olímpica de Refugiados (EOR) junto de seu compatriota Ramiro Mora Romero, levantador de pesos com múltiplos recordes que vive em Londres.

O Comitê Olímpico Cubano (COC) afirma que ambos foram incluídos injustamente e acusa o EOR de apresentá-los falsamente como atletas "desarraigados pela guerra ou pela perseguição".

O organismo cubano assegura que tem estado em comunicação com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para esclarecer o que consideram uma "lamentável situação".

"A decisão de incluir os atletas cubanos no EOR foi adotada de costas para o Comitê Olímpico Cubano e com o claro objetivo de atacar a imagem do movimento esportivo nacional, que tanta glória deu ao nosso povo", afirma o comunicado.

Cuba afirma que não tem nada contra o fato de atletas e treinadores que vivem ou desenvolvem suas carreiras em outros países competirem nas Olimpíadas representando esses países.

"Um dos dois atletas incluídos agora no EOR fez declarações políticas desrespeitosas e falsas contra seu país, seu povo e o movimento esportivo que lhe permitiu ser campeão olímpico em Tóquio 2020", aponta o texto, em alusão a Fernando Dayán.

Para o governo, a postura do atleta mostra a verdadeira motivação política de tê-lo incluído na equipe dos refugiados.

"É uma violação da Carta Olímpica e das regras que o COI estabelece para todos os atletas que participam dos Jogos Olímpicos", disse Cuba, que exige sua imediata expulsão.

"O COC reitera seu mais enérgico repúdio à inclusão de atletas cubanos no EOR, como parte da manipulação política do esporte", ressaltou.

O piragüista Fernando Dayán Jorge, que entrou ilegalmente nos Estados Unidos através da fronteira sul, disse no ano passado a partir de Miami que "é muito triste saber que não pode cumprir seu sonho no lugar onde nasce".

"Foram muitos momentos em que fiquei decepcionado, em que não concordei com as coisas que estavam acontecendo", sublinhou.

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