Modesto Agüero, uma das vozes mais importantes da narração esportiva em Cuba e que, durante décadas, comentou os eventos mais importantes, relatou como a censura funciona nos meios oficialistas e como os jornalistas e comentaristas devem acatar as normas, sob pena de ficarem sem emprego.
Residente em Espanha há sete anos, o ex-militante do Partido Comunista de Cuba confessou numa entrevista ao portal Diario de Cuba o que acontecia se um atleta desertasse da sua delegação.
Eu sabia o que podia dizer e o que não podia, assim como meus colegas. De fato, os atletas que abandonavam as delegações não podiam ser mencionados. Ainda há quem me escreva para me dizer como eu falo dos jogadores de beisebol cubanos na Major League e quando estava em Cuba não o fazia. A um deles eu respondi: "Porque eu não te conhecia, porque se eu te conhecesse, teria falado deles, porque sabia que quando me tirassem da ICRT você ia me manter". Não se falava e não se pode falar", enfatizou.
O veterano narrador lembrou que, uma vez, em uma reunião no ICRT, disse que não entendia como em um país onde o esporte nacional é o beisebol, não eram transmitidos os jogos da Major League Baseball, e sim o futebol internacional, que é profissional.
Ou seja, não é um problema de profissionalismo. E então, o beisebol da Major League, que é o melhor beisebol do mundo, não é transmitido em Cuba", questionou.
"Na reunião em que eu mencionei isso, eles não gostaram, mas não aconteceu nada", disse.
Modesto, who continues his professional work in the women's softball league in Spain, referred to what happened last year when Cuban television suppressed his narration of the Softball World Cup just because he lives in another country.
Qual não foi a minha surpresa e também a minha deceção ao saber que em Cuba retiraram a minha narração e a narraram em Havana. Não respeitaram os 40 anos como narrador-comentador desportivo na TV Cubana", disse numa publicação no Facebook.
Segundo contou agora ao Diario de Cuba, a desculpa que lhe deram foi que se não colocassem um narrador em Havana, não podiam cobrar.
Agüero se radicou na Espanha após se aposentar. Viajou com sua esposa para se reencontrar com suas filhas. Reconhece que se sente feliz e realizado, embora admita que sente falta do carinho dos fãs cubanos.
Aqui eu saio na rua e ninguém me reconhece. Quando encontro um cubano, sou a pessoa mais feliz do mundo, porque posso falar de esportes com ele. Outro dia, no metrô, alguém me disse: "Ehhh, Modesto Agüero", fui a pessoa mais feliz do mundo", contou.
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