O governo cubano adicionou uma nova batalha às tantas guerras que têm dentro do país por sua ineficaz política econômica. Agora, acrescentam uma cruzada contra as vendas digitais.
"Atuar com rigor em todos os territórios e identificar as vendas que são promovidas em sites digitais ou realizadas em domicílio para evadir a inspeção e ignorar a regulação temporária de preços", destaca o perfil Governo Cuba no X como indicação do primeiro-ministro cubano Manuel Marrero Cruz aos governadores do país.
"Não estamos contra esse serviço, mas ele tem que cumprir os preços estabelecidos. É preciso divulgar os resultados do enfrentamento, não apenas para que o povo veja que estamos defendendo, mas para que os violadores saibam que isto é sério", ordenou um dia depois que na Assembleia Nacional fossem anunciadas fortes medidas contra o setor privado.
A ação se inscreve na escalada que o regime teve para atacar as micro, pequenas e médias empresas (mipymes), a quem acusam de “preços elevados, especulativos e abusivos de produtos e serviços básicos da população”.
“Já em Havana intervenimos em um caso de uma plataforma digital. Conseguimos identificar os titulares, que realizavam as vendas. Foram convocados, recebendo um aviso, e ali, naquele mesmo momento, reduziram o preço do frango. Ou seja, também com quem realiza vendas digitais é possível trabalhar”, disse Vladimir Regueiro Ale, ministro de Finanças e Preços.
Segundo o site digital oficialista Cubadebate, o ministro mencionou que as sanções no Decreto 30, "cujos objetivos são enfrentar as condutas de indisciplina e evitar que se gerem preços abusivos e especulativos, podem variar de 5.000 a 15.000 pesos por violações de tarifas e preços, mas podem chegar até 18.000 pesos".
Além disso, o funcionário explicou que “os números estão nos mostrando que estávamos adormecidos neste tema, demonstram que não havíamos dado toda a rigor e o acompanhamento necessário”.
Durante seu discurso de encerramento do terceiro período ordinário de sessões da X Legislatura da Assembleia Nacional do Poder Popular (ANPP), o governante da ilha, Miguel Díaz-Canel, confirmou a mudança do regime cubano em sua política de tímida abertura econômica, e reafirmou sua vontade de submeter a atividade dos “novos atores econômicos” às diretrizes estatais e ao planejamento centralizado da economia.
“É hora de superar os diagnósticos e passar para as ações”, foi a frase utilizada pelo mandatário para dar asas às ações contra os pequenos negócios privados em Cuba.
Na própria reunião dos deputados cubanos, o primeiro-ministro cubano havia informado que o Governo cubano retirou a licença de importação de quase um terço dos negócios privados que estavam autorizados a fazê-lo.
"Decidiu-se fechar esta faculdade a 24 das 73 empresas aprovadas para importar, por baixo nível de atividade e mau trabalho", consignou o burocrata.
Da mesma forma, foram anunciadas mudanças importantes nas regulamentações para as mipymes e o trabalho por conta própria.
O que você acha?
VER COMENTÁRIOS (1)Arquivado em: