Yordenis Ugás revelou nesta quarta-feira que o homem detido em Cuba após entrar no país de jet ski entrou em contato com ele para "alguns planos", e que ele se recusou sob a alegação de não apoiar a violência.
Numa publicação no Facebook, o pugilista cubano detalhou como os eventos se desenrolaram, culminando com ele bloqueando o telefone de Ardenys García Álvarez.
"Essa pessoa foi à minha academia com outra pessoa e eu estava de férias, inclusive me recuperando de uma cirurgia. Meu irmão e meu treinador me ligaram e me disseram que não gostavam de algumas pessoas que queriam me ver", relatou o pugilista.
"Eu disse a ele para passar amanhã. No dia seguinte, fui lá e conversei com eles e falaram-me sobre uns planos sem sentido, e também disse a eles que em 2024 não acredito na violência, nem a apoio. Não sou paranóico, mas achei que era uma armadilha que estavam armando para me desacreditar, sei lá", acrescentou Ugás.
Conta que depois Ardenys García ligou para ele, mas ele nunca atendeu e acabou bloqueando o telefone dela.
Esqueci disso, pensei que ele era um louco e agora o vejo falando no noticiário, como uma pessoa covarde, rude, sem valores e sem caráter”, concluiu o boxeador, que não forneceu outros detalhes sobre "os planos" que o homem agora detido em Cuba teria mencionado.
Embora Yordenis Ugás não tenha especificado quando Ardenys García Álvarez entrou em contato com ele pela primeira vez, nem quando se conheceram pessoalmente, o pugilista anexou uma captura de tela em que se veem tentativas de comunicação por parte de Ardenys datadas de abril de 2022.
No apartado de comentários da publicação, dezenas de seguidores do atleta de origem cubana celebraram a atitude do pugilista perante o que consideravam claramente uma armadilha, uma isca para depois também o acusarem de terrorismo.
"Humberto teria dedicado vários programas a você", conjecturou um seguidor do pugilista, que se congratulou por o boxeador não ter caído na armadilha.
A suposta trama terrorista.
Em dias recentes, Willy González, líder da organização "A Nova Nação Cubana em Armas" e mencionado pelo regime de Havana como o chefe de uma suposta conspiração que resultou na prisão de uma pessoa em Cuba, negou, da cidade de Orlando, onde reside, qualquer envolvimento com uma operação armada na ilha.
"Nossa organização fornece treinamento militar, mas sem objetivos subversivos", afirmou González em declarações à Telemundo 51, onde disse que não se lembra de ter conhecido Ardenys García Álvarez, o homem detido em Cuba, embora não descarte que ele possa ter recebido treinamento militar no contexto de sua organização.
“Nós não realizamos nenhuma operação em Cuba e não sabemos de nenhuma operação nem sabemos de nada do que eles estão falando”, disse Willy González, que acrescentou que eles não têm planos que envolvam violar as leis dos Estados Unidos, embora desejem estar preparados caso ocorra um levantamento armado em Cuba.
Foi no início da semana passada que o governo cubano divulgou que havia desarticulado um suposto plano terrorista contra o país - organizado e financiado supostamente pelos EUA - do qual disse que a pessoa-chave era um homem que entrou ilegalmente pelas costas de Matanzas em uma moto aquática em novembro de 2023.
O cidadão foi agora identificado pelas autoridades como Ardenys García Álvarez, de 40 anos e natural de Cienfuegos.
O regime afirmou que García Álvarez tinha antecedentes criminais na ilha pelos crimes de especulação e roubo com arrombamento. Ele havia deixado o país de forma ilegal em 2014 e residia nos Estados Unidos desde então.
As autoridades cubanas acusam Ardenys García Álvarez de entrar ilegalmente em Cuba de jetski portando armamento e de fazer rondas por locais-chave e contatar pessoas para orquestrar planos terroristas na ilha.
Ardenys está enfrentando acusações criminais por crimes contra a Segurança do Estado, espionagem e crimes contra a ordem constitucional, entre outros.
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