O boxeador cubano Yordenis Ugás criticou nesta quarta-feira o cartaz publicitário em Miami que mostra a imagem do ex-presidente Donald Trump em frente à do falecido líder cubano Fidel Castro, com a mensagem "Não aos ditadores, não a Trump".
Na rede social Facebook, o ex-campeão mundial profissional questionou: "Como pode isso acontecer em nossa cidade, em nossa comunidade. Nunca vi uma foto pública de nenhum ditador de qualquer parte do mundo. Como você pode colocar essa foto e essa absurda comparação no lugar onde a maioria daqueles que chegaram fugindo desse inferno e buscando liberdade e prosperidade estão vivendo?"
"Isso me dizem e digo que é mentira. Vejo e tenho dificuldade em acreditar. Espero que essa cerca não esteja mais lá. Como você vai comparar um ex-presidente americano, eleito democraticamente, com um ditador, assassino, manipulador e malvado que nem com 100 vidas pagaria toda a fome, dano e dor que nos fez passar como cubanos e como país", continuou.
Além disso, o pugilista comparou que "é como se no meio de Nova York, cheio de judeus, colocassem um cartaz comparando Trump a Hitler, mas isso nunca aconteceria. Sabe por quê? Porque os judeus são uma comunidade que se respeita, acima de tudo, que se faz respeitar. Incrível".
Ugás, medalhista de bronze olímpico em Pequim 2008, é conhecido por sua luta contra o regime cubano e recentemente afirmou que o processo legal movido contra Trump estava politizado e que seu resultado quebra a história da nação norte-americana.
Em pleno período de campanha eleitoral para as eleições presidenciais dos Estados Unidos em novembro próximo, o cartaz, localizado na autoestrada Palmetto, na altura da Sexta Avenida, foi pago pelo grupo Mad Dog PAC e tem gerado grande controvérsia.
O comitê de ação política (PAC) foi fundado pelo democrata Claude Taylor, que foi funcionário da Casa Branca durante a administração de Bill Clinton.
A comparação escandalizou os seguidores de Trump, que argumentam que é inapropriado equiparar o ex-presidente republicano ao ditador comunista Fidel Castro.
Apontam que, ao contrário de Castro, que chegou ao poder pela via armada, Trump foi eleito democraticamente pelos cidadãos dos Estados Unidos.
Além disso, o muro surge num momento crucial, uma vez que as eleições estão "à porta", com Trump enfrentando novamente o presidente democrata Joe Biden, e esse tipo de publicidade só aumenta a tensão entre os apoiadores de ambos os candidatos.
A controvérsia destaca as profundas divisões políticas nos Estados Unidos, especialmente em lugares como Miami, que tem uma significativa população de exilados cubanos e seus descendentes, com opiniões fortes sobre o regime cubano e seu legado.
Este cartaz é um lembrete da fervorosa vivência da política no sul da Flórida, onde as mensagens publicitárias podem incendiar debates e provocar reações apaixonadas em uma comunidade altamente politizada.
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