O governo cubano revoga a licença de importação de 24 empresas privadas.

Agora, apenas 49 empresas privadas têm permissão para importar. Segundo Marrero Cruz, as outras tinham baixo nível de atividade e trabalho ruim. "Havia muitas barbaridades e erros".


O governo cubano revogou a licença de importação de quase um terço das empresas privadas que estavam autorizadas a fazê-lo.

O primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz informou aos deputados da Assembleia Nacional do Poder Popular que "decidiu fechar esta faculdade para 24 das 73 empresas aprovadas para importar, devido ao baixo nível de atividade e ao mau trabalho".

Captura do YouTube do Cubadebate

Marrero enfatizou que é o Estado que deve exercer o monopólio do comércio exterior no país, mas que, para facilitar a atividade das formas de gestão não estatal, foram autorizadas 73 empresas a importar para micro, pequenas ou médias empresas (MPMEs).

"Mas na análise que fizemos, havia muitas barbaridades, erros...", disse.

"O documento resultante do trabalho realizado pelo MINCEX nos permitiu concluir que era necessário fechar esta faculdade para 24 empresas, devido ao baixo nível de atividade e ao mau trabalho", destacou.

Captura do YouTube do Cubadebate.

Na semana passada, foi revelado o fechamento de 15 micro, pequenas e médias empresas que apresentavam irregularidades na contabilidade.

Judith Navarro Ricardo, jurídica da Oficina Nacional de Administração Tributária (ONAT), revelou que foram detectadas más práticas contábeis, como a compra de equipamentos como despesas diretas em vez de inventários, ou problemas nos controles dos registros primários, como os balanços financeiros, que em muitos casos não existem ou são ocultados.

Alguns desses casos podem resultar em crimes de evasão fiscal. A micro e pequena empresa que não mantém corretamente sua contabilidade e, além disso, não realiza corretamente o pagamento de suas obrigações fiscais, demonstra uma intenção de evasão, e por isso temos o direito de prosseguir com a denúncia", afirmou.

Apesar dessas sanções, Marrero Cruz nega que haja uma cruzada contra os negócios privados e pediu aos atores não estatais que pensassem menos em seus lucros e contribuíssem para a sociedade.

"No estamos para cerrarlos", indicou antes de acrescentar que "o que queremos pedir a todas as pessoas que abram um negócio é que contribuam para a sociedade, que faz parte desta comunidade".

Na mesma linha está o governante Miguel Díaz-Canel, que esta semana anunciou um plano de "reorganização" para os setores privado e estatal, devido à "maneira irresponsável" com que algumas dessas instituições agem.

Díaz-Canel insistiu que não se trata de uma caça às bruxas contra uma forma específica de gestão ou propriedade.

Aqui o que estamos propondo é um sistema para garantir a maior quantidade de ofertas de bens e serviços a preços adequados para a população, e que todos contribuam com o que têm para contribuir", afirmou.

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