Chegarão ao México mais 2.700 médicos cubanos.

Os 2.700 especialistas que chegarão em uma data não especificada ao México se juntarão aos 950 que já prestam serviço em hospitais de 23 estados, elevando para 3.650 o número de profissionais de saúde cubanos em solo mexicano.


Em meio à aguda crise dos serviços de saúde pública em Cuba, 2.700 médicos deixarão seus cargos na ilha para se juntar aos quase mil profissionais cubanos que prestam assistência em hospitais do México, conforme anunciado nesta terça-feira pelo governo de Andrés Manuel López Obrador.

Durante a sua conferência de imprensa matutina diária, no Palácio Nacional, o presidente mexicano anunciou a próxima chegada dos médicos e reiterou o seu agradecimento ao regime cubano pelo apoio aos planos do seu governo de fornecer pessoal suficiente ao sistema público de saúde.

Enquanto a falta de médicos nos hospitais, policlínicas e consultórios em comunidades e bairros de Cuba, juntamente com a escassez de medicamentos e insumos, põe em risco a saúde da população cubana, o governo de Miguel Díaz-Canel aumenta a exportação de força médica qualificada para o México e outros países.

Os 2.700 especialistas que chegarão em uma data não especificada ao território mexicano se juntarão aos 950 que já estão prestando serviço em hospitais de 23 estados, aumentando para 3.650 os trabalhadores de saúde de Cuba nesse país.

Zoé Robledo, diretor geral do Instituto Mexicano de Seguro Social (IMSS), disse nesta terça-feira, durante a conferência de imprensa, que os médicos cubanos que chegarão são principalmente especialistas em medicina interna, pediatria e emergências, que se juntarão ao atendimento em 282 hospitais localizados, na sua maioria, em áreas rurais ou marginalizadas.

"Com isso conseguiremos que esses hospitais tenham em média uma equipe de 12 médicos", disse Robledo, que argumentou que se trata de aproximar os serviços de saúde da população que não tem cobertura de segurança social.

A mediados de maio passado, Díaz-Canel se reuniu com Robledo para fechar acordos relativos ao contrato de 1,200 médicos cubanos no México.

Um mês antes, o diretor do IMSS mexicano assegurou em Havana que a instituição estava trabalhando com o governo cubano para ampliar a colaboração de médicos até alcançar níveis sem precedentes.

A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, anunciou no início deste mês que continuará a contratar médicos da ilha, apesar das fortes críticas que qualificam o programa como uma forma de financiamento do regime ditatorial cubano.

Sheinbaum revelou que, em uma reunião com o chanceler Bruno Rodríguez, discutiu-se a possibilidade de continuar trazendo médicos cubanos para o México, pelo menos durante o primeiro ano de sua administração (2024-2030).

Enquanto isso, vozes no México continuam questionando a decisão do governo de contratar profissionais cubanos sem considerar "a homologação dos estudos realizados".

Recentemente, o Dr. Francisco Moreno, que foi chefe de medicina no Centro Médico ABC na Cidade do México, criticou a administração de AMLO por contratar médicos cubanos sem verificar a qualidade e formação desses profissionais, enquanto, em contraste, aos mexicanos é exigida uma grande quantidade de documentos para poder exercer a profissão.

Moreno apontou o presidente como culpado por colocar a saúde do povo nas mãos de profissionais cujo conhecimento acadêmico não se conhece.

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