Inúmeras organizações internacionais de defesa dos direitos humanos exigiram nesta quinta-feira, três anos após os protestos históricos de 11 de julho, a libertação dos mais de 600 presos que ainda permanecem injustamente detidos por sua participação nessas manifestações.
Prisoners Defenders assinalou na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, que nos últimos três anos contabilizaram um total de 1.728 presos políticos.
"Hoje, ainda há 1.117 prisioneiros políticos na ilha", destacou a organização e apontou que "150 já figuravam como prisioneiros políticos antes do 11 de julho".
Por último, informou que 611 presos das manifestações de julho de 2021 já cumpriram integralmente suas penas.
Vítimas do Comunismo, uma organização sem fins lucrativos educativa, de pesquisa e de direitos humanos dedicada a comemorar aqueles que sofreram sob os regimes comunistas, apontou em X que: "Não devemos abandonar sua luta pela democracia".
A associação apontou que ainda mais de 700 pessoas permanecem atrás das grades, das mais de 1.400 que foram detidas depois que o povo cubano saiu às ruas em busca de liberdade.
Em seu site, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão (RELE) alertaram sobre o aumento da repressão do regime cubano contra ativistas e defensores dos direitos humanos, além do agravamento das condições que desencadearam os protestos.
Além disso, pediram ao governo cubano que atendesse às demandas legítimas do povo e exigiram a libertação de todas as pessoas presas por sua participação ou apoio aos protestos sociais.
A CIDH alertou que este ano a sociedade civil realizou novos protestos impulsionados principalmente pelo agravamento das condições que deram origem às manifestações de 2021.
No entanto, denunciou que o Estado mais uma vez empregou os mesmos padrões repressivos que a CIDH documentou desde 11 de julho.
A organização destacou que durante os protestos de 17 e 18 de março de 2024, foram recebidos relatórios de cidades militarizadas, ativistas vigiados em suas casas, cortes de internet e pelo menos 37 pessoas detidas. Além disso, foram registrados interrogatórios e detenções de ativistas por suas publicações em redes sociais, e projetos de regulamentos migratórios que ameaçariam pessoas exiladas.
Amnistia Internacional, por sua vez, destacou na rede social X que os protestos de 11 e 12 de julho representaram uma demanda histórica de direitos humanos em Cuba.
Sublinhou que o único crime cometido pelos manifestantes presos injustamente foi exigir seus direitos.
A organização indicou que a atuação repressiva do regime cubano teve um custo humano que se estendeu para além das prisões: "Famílias inteiras estão despedaçadas, sofrem assédio e repressão por exigir direitos para seus entes queridos, que estão presos".
No entanto, conforme alertou a organização Cubalex, três anos após os protestos históricos de 11 de julho, "as causas que desencadearam a explosão social de 2021 ainda estão presentes".
A agrupação também destacou que o país atualmente apresenta "um panorama alarmante de repressão e graves violações dos direitos humanos".
Vários artistas cubanos no exterior se uniram à iniciativa de recordar as históricas protestas de 11 de julho de 2021, publicando mensagens de apoio e exigindo justiça para os presos políticos que ainda permanecem nas prisões do regime.
Los Pichy Boys, Randy Malcom, Leoni Torres, Baby Lores, Andy Vázquez e Yotuel, entre outros, lembraram as manifestações e alertaram que as causas do surto social persistem, como a falta de liberdade política, de expressão e de criatividade artística.
Das históricas e massivas manifestações ocorridas em 11 e 12 de julho em várias cidades de Cuba, contra o regime, ainda há 600 manifestantes presos dos 1.500 detidos por saírem para defender pacificamente seu sonho de liberdade.
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