O governo confirma que irá fixar preços para os produtos básicos do setor privado.

Tudo permanece igual. A medida não entrou em vigor nesta segunda-feira devido à necessidade de continuar as negociações com os atores econômicos, conforme explicado pela vice-ministra das Finanças e Preços, Lourdes Rodríguez Ruiz.

Caja de pollo en venta por mipyme © Facebook/Anialidia Carmenates
Caixa de frango à venda pela minha microempresaFoto © Facebook/Anialidia Carmenates

O regime cubano confirmou nesta terça-feira que mantém aprovada a norma para estabelecer, temporariamente, preços máximos a um grupo de produtos de primeira necessidade que são comercializados pelas formas de gestão não estatal.

A medida, anunciada para entrar em vigor em 1º de julho passado, parecia ter sido esquecida, mas há apenas alguns minutos o governo assegurou que mantém a ideia apesar das análises repetidas entre queixas e reuniões infrutíferas, enquanto o setor privado aguarda expectante e a população navega à deriva no mar da inflação.

Conforme detalhou o jornalista oficialista Lázaro Manuel Alonso, a vice-ministra das Finanças e Preços na ilha, Lourdes Rodríguez Ruiz, esclareceu, através da rede social Facebook, que "a medida não entrou em vigor nesta segunda-feira, devido à necessidade de continuar os intercâmbios com os atores econômicos, sobre as realidades que enfrentam em seus processos de importação, transportação e comercialização, bem como atender aos estados de opinião da população".

Publicação do Facebook/Lázaro Manuel Alonso.

Além disso, revelou que até o momento foram "realizados mais de 3400 encontros com CTPs, CNAs e representantes de micro, pequenas e médias empresas sobre o assunto, mas é necessário continuar para construir um consenso justo, tanto para comerciantes quanto para consumidores".

Agregou que a vice-ministra Rodríguez reconheceu que "os preços propostos não são os desejados", mas "levam em conta os custos reais para os atores econômicos".

A notícia chega pouco depois de que - através do Facebook - diversas entidades estatais tenham anunciado a decisão de não implementar as mudanças, devido às análises e aos intercâmbios entre representantes do governo e as formas de gestão não estatal, ao mesmo tempo que indicavam a continuidade dos diálogos.

Publicação do Facebook / Direção de Inspeção, Pinar del Río

"Os análises e trocas com as FGNE continuam até os preços serem acordados", apontou uma publicação da Direção de Inspeção de Pinar del Río na própria rede social, enquanto informava que "os municípios que publicaram os novos preços com base nos análises realizados com esses intervenientes, ficarão sem efeito para a sua aplicação".

A mudança de direção em apenas algumas horas apenas demonstra as insensatezes do regime e suas constantes improvisações.

A iniciativa está destinada a limitar o máximo dos custos admitidos para o frango cortado, o óleo comestível, o leite em pó, a salsicha (ou cachorros, como é conhecida na ilha), as massas alimentícias e o detergente em pó, cujos novos preços foram divulgados pelas administrações locais antes de voltar atrás e retomar as negociações.

De acordo com as informações divulgadas antes das novas disposições, os atores que violarem a regulamentação enfrentarão multas de até 8.000 CUP e até mesmo a retirada das licenças correspondentes.

Desde os primeiros encontros da vice-ministra com representantes das PMEs e da Direção Geral de Importação do Ministério do Comércio Exterior, surgiram controvérsias para os representantes das pequenas e médias empresas se adaptarem à proposta, quando enfrentam diariamente a flutuação do mercado cambial informal, a pressão fiscal e a escassez de combustível, que se somam à instabilidade dos preços internacionais.

Concebida como um mecanismo para conter o ritmo de crescimento dos preços, a medida busca deter o impacto da inflação, que fechou o mês de maio em Cuba em 31%; quase 10 vezes acima do 2,6% da Europa e Estados Unidos, no mesmo mês.

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