Governo cubano rejeita posição da Argentina após tentativa de golpe na Bolívia.

O Ministério das Relações Exteriores da ilha criticou "a declaração do Gabinete do Presidente da República Argentina que tenta manipular os eventos ocorridos em 26 de junho na Bolívia".

Intento de golpe de Estado en Bolivia © Facebook/UNITEL
Tentativa de golpe de Estado na BolíviaFoto © Facebook/UNITEL

O governo de Cuba rejeitou nesta segunda-feira a atuação da Argentina após a tentativa de golpe na Bolívia e condenou "sua posição provocadora que se intromete em assuntos internos de outros Estados".

Através de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores (MINREX), o regime da ilha criticou "a declaração do Gabinete do Presidente da República Argentina que tenta manipular os fatos ocorridos em 26 de junho na Bolívia".

Na sua conta na rede social X, o MINREX acrescentou que “mais uma vez o governo argentino recorre a um discurso calunioso que busca desviar a atenção dos graves problemas que as suas políticas causam ao seu povo e na relação com outros Estados”.

A ministra da Presidência da Bolívia, María Nela Prada, na sua qualidade de chanceler interina, anunciou que convocaram o embaixador da Argentina em La Paz, Marcelo Adrián Massoni, para expressar seu "enérgico repúdio" às declarações emitidas pelo gabinete do presidente Javier Milei.

De acordo com o site boliviano El Deber, o embaixador da Bolívia na Argentina, Ramiro Tapia, também foi convocado para comparecer à sede do governo de sua nação.

Tudo acontece depois que, em 30 de junho, por meio de um comunicado, o gabinete do presidente Milei revelou que "repudia a falsa denúncia de golpe de Estado feita pelo governo da Bolívia na quarta-feira, 26 de junho, e confirmada como fraudulenta hoje".

Por demais, ele afirmou que "o relato divulgado era pouco credível e os argumentos não se encaixavam no contexto sociopolítico" daquele território.

No entanto, há apenas algumas horas, o porta-voz presidencial da Argentina, Manuel Adorni, afirmou que o comunicado é "apenas uma descrição dos eventos", de acordo com a mídia citada.

"Somos extremamente cautelosos, não acreditamos que vá gerar absolutamente nenhum conflito o comunicado, pois é simplesmente uma descrição dos fatos das diferentes informações que estamos coletando, algumas que vocês já conhecem e outras que nos chegam pelos canais habituais do governo", disse Adorni em conferência de imprensa.

Forças militares entraram no Palácio do Governo em La Paz na quarta-feira passada, em um incidente denunciado pelo governo do presidente Luis Arce como uma "tentativa de golpe de Estado".

Liderados pelo general Juan José Zúñiga, que um dia antes havia sido destituído de seu cargo como comandante geral do Exército, militares insubordinados tomaram a Praça Murillo, na sede do governo boliviano.

Embora a situação tenha sido acalmada, há dezenas de detidos e muitos outros sob investigação. Além disso, mantém-se um clima tenso e a população de todo o país está à espera da evolução dos acontecimentos.

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