Cubanos ficam presos na ilha depois que a Avianca cancelou suas operações a partir de Havana.

Avianca havia anunciado em maio sua intenção de retomar os voos de Havana a partir de 2 de julho com seis frequências semanais.

Aeronave de Avianca © Flickr
Aeronave da Avianca.Foto © Flickr

Em meio à crise migratória cubana, dezenas de famílias - muitas das quais venderam seus pertences para sair do país - estão presas na ilha depois que a companhia aérea colombiana Avianca cancelou todos os seus voos de Havana para Bogotá.

O meio Martí Noticias informou que a Avianca havia anunciado em maio sua intenção de retomar os voos de Havana a partir de 2 de julho com seis frequências semanais, utilizando aviões Airbus A320 com capacidade para 180 passageiros e oferecendo "mais de 2.100 assentos por semana".

Essa notícia provocou uma compra em massa de passagens por parte dos cubanos, muitos dos quais buscavam emigrar da Nicarágua para os Estados Unidos.

No entanto, uma representante da companhia aérea informou ao Martí Noticias que "o início dos voos na rota Bogotá-La Habana foi adiado devido a questões operacionais", anúncio que deixou muitas pessoas afetadas sem opções, pois haviam vendido até suas casas para sair da ilha.

Um funcionário da Avianca, que preferiu permanecer anônimo, afirmou que a decisão se deveu a problemas operacionais devido à falta de aviões e não a pressões políticas.

Somos uma família de quatro pessoas que estamos afetados com o tema dos voos da Avianca. Estamos em uma casinha emprestada porque vendemos tudo", relatou Ismael Martínez Ruiz, um dos afetados.

Graciela López, uma mulher de Santiago, contou que tinha vendido a sua casa com tudo o que tinha dentro para emigrar com os seus três filhos. "Estou praticamente na rua. Estou a alugar um quartinho. A minha mãe está doente, acabou de ser operada e agora descubro que a companhia aérea Avianca está fechada", lamentou.

A Avianca comprometeu-se, através de um comunicado, a devolver o dinheiro das passagens aos afetados; no entanto, muitos cubanos também haviam comprado outros bilhetes de avião de Bogotá para San Salvador e depois para a capital da Nicarágua, país que não exige visto para cubanos e que é utilizado por muitos para iniciar a jornada em direção à fronteira sul dos Estados Unidos.

O anúncio da Avianca complicou a conectividade aérea de Cuba com a América do Sul, pois há apenas alguns dias a Boliviana de Aviación (BoA) também informou que suspenderia sua rota entre Santa Cruz de la Sierra e Havana a partir de 25 de julho de 2024.

A principal companhia aérea da nação sul-americana não especificou o motivo da cancelação da rota, embora analistas do setor tenham antecipado que esse tipo de ação costuma ocorrer quando o negócio é insustentável e gera prejuízos.

A suspensão da BoA se somou à decisão anterior da Aerolíneas Argentinas de cessar suas operações para a capital da ilha.

A recuperação turística em Cuba após a pandemia está sendo muito mais lenta do que em outros países do Caribe.

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