Três cubanos desaparecem enquanto esperavam por entrevistas do CBP One no México.

Trata-se de um homem mais velho e seus dois sobrinhos, identificados como Leonardo García Kindelán, Reily Dayson Ruiz e Rangel Ruiz Ruiz, que tinham suas consultas migratórias agendadas para segunda-feira, mas nunca compareceram. A família teme que tenham sido sequestrados.


Três cidadãos cubanos, um pai e seus dois sobrinhos, desapareceram depois de chegarem a Nuevo Laredo, México, onde na segunda-feira deveriam comparecer às suas consultas do CBP One, mas nunca o fizeram, pois aparentemente foram sequestrados, conforme a denúncia de seus familiares.

Desde o Colorado, Estados Unidos, a esposa e a filha do senhor - cujos nomes não foram revelados - deram uma entrevista ao jornalista Daniel Benítez, na qual imploraram ajuda para localizar seus familiares.

Os desaparecidos são identificados como Leonardo García Kindelán, Reily Dayson Ruiz e Rangel Ruiz Ruiz, informou Benítez no programa que ele transmitiu na segunda-feira em seu canal no YouTube.

Segundo o testemunho da esposa do senhor, ele e seus sobrinhos pegaram um avião na Cidade do México no sábado de manhã, com destino a Laredo. Ao chegar ao aeroporto daquela cidade do estado de Tamaulipas, no norte do país, nenhum taxista quis levá-los até o hotel onde ficariam hospedados para comparecer na segunda-feira à reunião da CBP One, marcada para as 8h30.

Na terminal aérea até a tarde de sábado, disse a cubana, e assegurou que ela mesma contactou uma pessoa em Monterrey que concordou em ir buscá-los em Nuevo Laredo.

No entanto, a partir desse momento, a história deu uma reviravolta inesperada, que ainda mantém a família em suspense. O homem contou que, quando os três cubanos saíram do aeroporto e entraram no veículo, alguns homens chegaram, agrediram o motorista e levaram seu marido e sobrinhos.

A mulher revelou que, pouco depois de receber essa notícia, seu parceiro ligou para ela e pediu que ficasse calma, pois estavam em uma casa segura e na segunda-feira os levariam para a consulta. "Mas foi a última ligação dele", lamentou.

Segundo ela, tem ligado insistentemente, mas eles não respondem e, aparentemente, os telefones estão em modo avião. Até esta segunda-feira, ainda não havia notícias dos três cubanos, que supostamente foram sequestrados.

“Por favor, ajudem-me, estou desesperada”, implorou a mulher no final do vídeo.

Benítez alertou sobre o perigo que os imigrantes enfrentam no México ao comparecerem às suas consultas na CBP One, devido à falta de segurança em todas as áreas fronteiriças, dominadas por bandos criminosos.

O jornalista classificou Nuevo Laredo como um dos locais mais perigosos devido à atividade do crime organizado.

Mencionou um estudo da Universidade de Austin, no Texas, sobre os riscos naquela área da fronteira dos Estados Unidos com o México.

Segundo os dados da pesquisa citados por Benítez, em Nuevo Laredo, cerca de 55 pessoas por dia são processadas com agendamentos do CBP One, mas a segurança é um problema, pois os migrantes que chegam para o processo correm o risco de serem sequestrados por homens armados. O relatório menciona o caso de uma família, cujos sequestradores exigiram mais de $1.000 dólares por cada um de seus membros.

No México, vários casos de cubanos desapareceram ou morreram enquanto aguardavam por suas consultas migratórias ou estavam em trânsito pelo país.

No meio deste mês, as autoridades pediram ajuda para localizar o cubano Oscar Luis Marcos Roso, de 62 anos, que estava desaparecido no estado mexicano de Tabasco.

Alguns dias depois, o jovem Eric Marcos Reyes Pupo, de 26 anos e natural de Puerto Padre, em Las Tunas, foi assassinado. Ele havia emigrado para o México com a esperança de começar uma nova fase de vida nos Estados Unidos, reunindo-se com sua mãe.

Outro cubano foi assassinado em maio, depois de esperar dois anos pela consulta do CBP One para entrar nos EUA.

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