Denunciam a morte de uma mulher por espancamento de seu parceiro em um hospital de Holguín, onde estava internada.

Elaine Laguna Figueredo, de 50 anos, estava internada na sala de cirurgia do Hospital Universitário Vladimir Ilich Lenin, em Holguín, quando foi agredida pelo parceiro, o que resultou em sua morte. O feminicida foi preso.

Hospital Universitario Vladimir Ilich Lenin © Facebook/Hospital Lenin
Hospital Universitário Vladimir Ilitch LeninFoto © Facebook/Hospital Lenin

A violência machista fez mais uma vítima em Cuba: uma mulher que estava internada no Hospital Universitário Vladimir Ilich Lenin, em Holguín, morreu no início do mês devido a uma surra dada por seu parceiro no próprio centro médico, informou a Rede Feminina de Cuba.

Elaine Laguna Figueredo, de 50 anos, sofreu a agressão enquanto estava hospitalizada na sala de cirurgia, no 2º B, onde estava passando por exames clínicos, confirmaram fontes de uma organização não governamental que pediram anonimato.

Captura da Rede Feminina de Cuba no Facebook

Os eventos ocorreram supostamente em 4 de junho, de acordo com testemunhas. Um funcionário do centro de saúde afirmou que, na noite anterior, sua parceira havia ido vê-lo no hospital "um pouco bêbada" e o agrediu no banheiro; por outro lado, uma paciente na mesma sala de internação afirmou que a agressão ocorreu na manhã do dia 4.

Uma trabalhadora do centro e a paciente revelaram detalhes perturbadores sobre os acontecimentos. De acordo com seus testemunhos, o casal entrou no banheiro e "ele a colocou no chuveiro com roupa e tudo", mesmo a paciente tendo um cateter venoso e um soro colocado.

Estando ambos no banheiro, em frente ao local onde estão as enfermeiras e os médicos, podiam-se ouvir palmadas e a voz do homem incentivando a mulher a se levantar do chão. "Em nenhum momento se ouviu a voz da mulher", acrescentou a paciente, e apontou que após 15 minutos, o agressor saiu do banheiro e voltou com outro homem, em estado de embriaguez.

Depois de serem informados do que estava acontecendo, a equipe médica entrou no banheiro e encontrou a paciente no chão. Ela foi retirada em uma maca e levada para a sala de cirurgia, disseram as fontes.

Um profissional de saúde, que pediu para não ter sua identidade revelada por medo de represálias, informou que a vítima entrou em coma, teve que ser ventilada artificialmente e foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva, onde faleceu pouco depois.

De acordo com as testemunhas, o agressor - cuja identidade não foi revelada - foi detido pela polícia no próprio hospital.

Apesar de ter ocorrido numa instituição do sistema estatal de Saúde Pública, até o momento as autoridades não confirmaram os acontecimentos.

No caso do feminicídio ocorrido no hospital holguinero, questionam-se as normas de segurança em uma instituição onde a vítima, vulnerável por sua doença, foi duplamente abusada sem que ninguém pudesse evitá-lo", advertiu a nota da Rede Feminina de Cuba, que pediu colaboração para esclarecer este caso.

No entanto, este feminicídio não é o primeiro a ocorrer em uma unidade de saúde em Cuba. Em fevereiro de 2023, uma operadora de telefonia do Hospital Pediátrico Mártires de Las Tunas foi morta a facadas por seu ex-parceiro enquanto trabalhava de madrugada no quadro negro da instituição. Horas depois, as autoridades de saúde confirmaram o assassinato de Arianny Chávez Puche, de 35 anos.

No início desse mesmo mês, Leidy Bacallao foi assassinada a golpes de facão pelo seu ex-parceiro na delegacia de polícia da cidade de Camalote, em Nuevitas, Camagüey. A adolescente de 17 anos havia corrido até lá em busca de refúgio, enquanto era perseguida por seu agressor, mas foi agredida até a morte sem que os oficiais intervenissem para impedi-lo.

Apenas quatro dias atrás, ocorreu outro feminicídio em uma instituição estatal de Cuba. Alba Delia Sánchez Benítez, de 58 anos, foi assassinada por seu ex-parceiro enquanto desempenhava suas funções laborais como agente de segurança e proteção na residência estudantil Fermín Valdés Domínguez, em El Cotorro, Havana. Ainda não houve um pronunciamento oficial sobre o ocorrido.

Até 18 de junho, o sub-registro de organizações feministas e a imprensa independente contabilizava 28 feminicídios em Cuba durante 2024. O ocorrido em Holguín no início do mês eleva para 29 o número de vítimas fatais de violência de gênero no país até o momento deste ano.

Segundo um artigo publicado pelo Observatório de Gênero da revista Alas Tensas, junho repete como um dos meses mais mortais para as mulheres em Cuba devido ao número de casos de feminicídios, ao qual infelizmente se soma o da holguinera Elaine Laguna Figueredo.

As plataformas feministas continuam instando o governo cubano a tomar medidas preventivas para evitar mais mortes de mulheres devido à violência de género.

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