Para 2024, o concurso de beleza Miss Universo planeia ter representantes de 120 países, por isso convidou Cuba a regressar após 57 anos de ausência; contudo, o certame da nação caribenha irá ocorrer na Flórida, dado que a organização considera o regime cubano uma ditadura e se recusa a realizar qualquer transação com ele.
"Prince" Julio César, organizador do concurso cubano, disse à agência EFE que a organização do Miss Universo, com mais de 60 anos de história, está completamente fechada para fazer qualquer transação com o governo cubano.
O diretor nacional do Miss Cuba afirmou que a organização que ele representa não faz negócios com regimes ditatoriais, "mas sim com governos totalmente democráticos". Por isso, foi decidido dar a oportunidade a Cuba de participar do Miss Universo, mas a partir da cidade de Miami.
O designer de moda venezuelano considerou oportuno lembrar que, desde o início da ditadura em Cuba, em 1959, a nação deixou de participar no concurso porque "não era compatível com seus ideais".
Além disso, explicou que durante dois anos houve rainhas cubanas escolhidas no exílio e coroadas em um evento realizado em Miami, denominado Miss Cuba Livre. No entanto, não perdurou devido às tensões existentes entre Cuba e Estados Unidos naquela época.
Sobre a decisão de escolher Miami como sede do evento, ele indicou que é "o maior bastião de todos os cubanos a nível mundial".
Segundo César, no concurso, que ocorrerá em Miami em setembro próximo, participarão as representantes de Cuba selecionadas entre as aspirantes no exílio, e enfatizou que a maioria nasceu na nação caribenha e "chegaram aqui em balsas, chegaram aqui em lanchas, chegaram aqui através de um visto".
Do processo de seleção, ele destacou que de um milhar de candidatas que se apresentaram nesta cidade, entre mulheres nascidas na ilha ou de pais cubanos, um pouco mais da metade foi pré-selecionada e, delas, sairão as vinte finalistas.
A vencedora levará ao México uma mensagem ao concurso que certamente "será de liberdade, de democracia", disse o diretor nacional do Miss Cuba, que em declarações recentes tinha indicado que a plataforma que dirige não tem fins políticos, mas sim culturais.
No entanto, César considerou que o regresso de Cuba ao concurso de beleza se deve a uma questão de "visão" da organização do concurso.
"Eu acredito que eles estão apostando na inclusão de todas as perspectivas, muito mais na cultura, e tem a ver com esse movimento de empoderamento feminino, não tirar ou não impedir que qualquer mulher, independentemente do que esteja acontecendo em seu país, ela não pode estar", disse à EFE.
A gala do evento Miss Universo será realizada em novembro próximo, no México, e Cuba terá uma representante pela primeira vez depois de 57 anos de ausência.
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