Submarino russo de propulsão nuclear deixa a Baía de Havana.

Desconhece-se o rumo que o submarino e o resto das embarcações que compõem a frota russa tomarão. Segundo fontes governamentais dos Estados Unidos, neste verão a Rússia realizará uma intensa atividade naval e aérea no Caribe.


Após cinco dias ancorado na Baía de Havana, nesta segunda-feira, o submarino russo de propulsão nuclear Kazan zarppou e adentrou nas águas do Caribe, deixando para trás uma esteira de polêmica com sua visita a Cuba.

"Agora acontece: o submarino russo de propulsão nuclear Kazán parte de Havana. Próxima parada...?", disse em sua conta X o correspondente da CNN na capital cubana, Patrick Oppmann.

A sua publicação partilhou uma fotografia do gigantesco navio sendo escoltado por vários rebocadores do porto de Havana.

O Kazan chegou a Cuba na quarta-feira passada, 12 de junho, como parte da frota da Marinha de Guerra da Rússia composta por quatro navios que fez uma visita programada a Havana, causando grande expectativa devido à sua significância geopolítica.

Além do Kazan, a flotilha era composta pelo navio petroleiro Pashin, o rebocador de salvamento Nikolai Chiker (SB-131), do grupo naval da Frota do Norte, e a fragata "Almirante Gorshkov", navio que lidera o grupo da Marinha da Federação Russa.

O Ministério das Relações Exteriores (MINREX) de Cuba destacou que a visita estava em sintonia "com as históricas relações de amizade entre Cuba e a Federação da Rússia" e que estava sendo realizada "estritamente de acordo com as regulamentações internacionais das quais Cuba é Estado parte".

Além disso, ele esclareceu que nenhum dos navios estava transportando armas nucleares e que sua escala no país não representava uma ameaça para a região.

No obstante, após se aproximar das costas cubanas, o governo dos Estados Unidos enviou vários navios de guerra e um avião de reconhecimento submarino para rastrear o percurso da frota russa.

Este verano, a Rússia realizará uma intensa atividade naval e aérea no Caribe, perto dos Estados Unidos, conforme reconhecido por fontes governamentais americanas. As ações serão concluídas com um exercício naval global russo no outono.

No entanto, a administração Biden afirmou que não via o desdobramento com alarme, uma vez que a Rússia tem enviado navios para o hemisfério ocidental anualmente desde 2013 até 2020.

Os desdobramentos da Rússia fazem parte da atividade naval de rotina", e não preocupam o governo dos Estados Unidos, "pois não representam uma ameaça direta para os Estados Unidos", afirmaram funcionários desse governo.

No dia seguinte à entrada do Kazan nas águas marítimas cubanas, o Comando Sul dos Estados Unidos confirmou a chegada do submarino nuclear USS Helena à Baía de Guantánamo.

O submarino de ataque rápido USS Helena está na Baía de Guantánamo, em Cuba, como parte de uma visita portuária de rotina enquanto transita pela área geográfica de responsabilidade do Comando Sul dos EUA, enquanto realiza sua missão de segurança marítima global e defesa nacional", afirmou o Comando em um comunicado.

Embora tenha reconhecido que havia sido informado previamente de sua viagem a Guantánamo, o regime cubano declarou que não gostava da presença em território nacional. "Evidentemente, não gostamos da presença em nosso território e navegando em nossas águas de um meio dessa natureza, pertencente a uma potência que mantém uma política oficial e prática que é hostil contra Cuba", acrescentou o alto funcionário da Chancelaria.

"Seja bem-vindo, amigos da Rússia", afirmou o líder cubano Miguel Díaz-Canel, que compartilhou em suas redes sociais imagens de sua visita à frota de seu aliado estratégico, Vladimir Putin.

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